29 abr, 2020 - 01:59 • Redação com Lusa
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Segundo um estudo do do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), uma das consequências gravosas da pandemia de Covid-19 tem sido o aumento da violência de género em todo o mundo, com mais denúncias na justiça e maior fluxo de chamadas nas linhas de apoio às vítimas.
A UNFPA adverte que as medidas de confinamento deixaram muitas mulheres fechadas em casa com os agressores, sem acesso a espaços seguros.
Além de um grande aumento da violência de género, com quase 31 milhões de casos adicionais resultantes do surto do novo coronavírus, as medidas de confinamento podem também originar milhões de gravidezes não desejadas, devido à dificuldade de muitas mulheres em aceder a métodos contracetivos, alertou a Organização das Nações Unidas (ONU). Um período de seis meses em confinamento e dificuldades em aceder a serviços de saúde pode deixar 47 milhões de mulheres de países em desenvolvimento sem métodos de planificação familiar, de acordo com cálculos do UNFPA.
A UNFPA aponta para um resultado de cerca de sete milhões de gravidezes não desejadas resultantes do surto do novo coronavírus.
A ONU informa ainda que a crise pode igualmente atrasar programas contra a mutilação genital feminina e aumentar o número de matrimónios adolescentes, devido a dificuldades económicas.
“Estes novos dados mostram o impacto catastrófico que a Covid-19 pode ter em mulheres e crianças de todo o mundo”, disse a diretora-executiva da UNFPA, Natalia Kanem, em comunicado.
“A saúde reprodutiva e os direitos das mulheres devem salvaguardar-se a todo o custo”, defendeu Kanem, que sublinhou a importância de que todos os serviços continuem ativos e de dar apoio às mulheres mais vulneráveis.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 214 mil mortos e infetou mais de três milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 840 mil doentes foram considerados curados.