02 mai, 2020 - 00:35 • Redação
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“São pessoas muito boas pessoas, mas estão zangadas.” Foi desta forma que o Presidente norte-americano, Donald Trump, defendeu o grupo de manifestantes, muito deles armados, que tentaram na quinta-feira invadir o capitólio do Michigan – quando lá se encontravam os membros da câmara dos representantes, do senado estadual e a governadora Gretchen Whitmer –, protestando contra o confinamento obrigatório no estado, que estava a ser discutido.
Donald Trump utilizou a rede social Twitter para pedir a Gretchen Whitmer que chegue a acordo com os manifestantes.
“A governadora do Michigan devia ceder um bocadinho e apagar o fogo. Estas pessoas são muito boas pessoas, mas estão zangadas. Querem ter as vidas deles de volta, com segurança! Receba-os, fale com eles, chegue a um acordo", escreveu Trump.
Na última terça-feira, o Presidente dos EUA aprovou a declaração de estado de calamidade para o estado do Michigan, libertando verbas federais adicionais para ajudar a lidar com a pandemia de Covid-19, isto depois de a governadora Whitmer ter criticado o Governo de Donald Trump pela sua lenta resposta à propagação do novo coronavírus nos Estados Unidos.
Whitmer disse mesmo que o seu estado “não pode resistir sozinho” aos efeitos da pandemia, perante um rápido aumento de casos de infeção.
O Governo norte-americano reconheceu, na semana passada, que a cidade de Detroit, no Michigan, era um dos pontos mais críticos na evolução da pandemia nos EUA e que a situação deveria piorar nos próximos tempos.
Mais de 3.600 pessoas no Michigan foram infetadas com o novo coronavírus e pelo menos 92 morreram.
A proposta da governadora, que defendia o confinamento obrigatório, acabou por ser chumbada na quinta-feira pela maioria republicana da câmara dos representantes e do senado estadual.
"A Covid-19 é um inimigo que ceifou mais vidas de pessoas do Michigan do que aquelas que perdemos na Guerra do Vietname. Alguns considerem que esta crise já passou. Mas o senso comum e todos os dados científicos dizem-nos que ainda não estamos a salvo. Ao recusarem prolongar o estado de emergência, os republicanos estão a enfiar a cabeça na areia e a pôr mais vidas em risco", criticou Gretchen Whitmer.