08 mai, 2020 - 07:59 • Redação
António Guterres, secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), apela ao fim do discurso de ódio que, no seu entender, tem sido fomentado com o aparecimento da pandemia do novo coronavírus.
No Twitter, o antigo primeiro-ministro português salienta que a Covid-19 "não olha a quem somos, onde vivemos e em que acreditamos, contudo, a pandemia continua a lançar um tsunami de ódio e xenofobia, tentativas de encontrar bodes expiatórios e espalhar o medo". No vídeo que acompanha a publicação, Guterres salienta que é preciso "agir agora para fortalecer a imunidade das sociedades ao vírus do ódio":
"É por isso que apelo a um esforço total para acabar com o discurso de ódio no mundo inteiro. Peço aos líderes políticos que mostrem solidariedade com todos os membros das suas sociedades e que construam e reforcem a coesão social. Peço às instituições de educação que se foquem na literacia digital, numa altura em que milhares de milhões de jovens estão online e em que extremistas tentam aproveitar-se de audiências cativas e potencialmente desesperadas. Peço aos media, especialmente empresas de redes sociais, que façam muito mais no sentido de assinalar e, em linha com as leis internacionais de direitos humanos, remover conteúdos racistas, misóginos, entre outros."
O secretário-geral da ONU também pede "à sociedade civil que fortaleça a assistência às pessoas vulneráveis e aos atores religiosos que sirvam de exemplos de respeito mútuo", nesta altura de pandemia.
"E peço a todos, em todo o lado, que façam frente ao ódio, que se tratem uns aos outros com dignidade, e que aproveitem todas as oportunidades para espalhar bondade. À medida que combatemos a pandemia, temos o dever de proteger as pessoas, pôr fim ao estigma e prevenir a violência. Vamos derrotar o discurso de ódio e a Covid-19 juntos", conclui Guterres.
A pandemia do novo coronavírus, responsável pela Covid-19, já infetou 3,8 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram quase 270 mil e recuperaram quase 1,3 milhões, de acordo com os dados divulgados pela Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos da América.