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Covid-19. Reino Unido pondera quarentena a quem chegue ao país

09 mai, 2020 - 12:45 • Marta Grosso com agências

Quem chegar ao país, terá dizer às autoridades onde vai estar em isolamento. Isentos da medida ficam cidadãos da Irlanda, das Ilhas Anglo-Normandas e da Ilha de Man, bem como os motoristas de camião que transportem bens essenciais.

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A Grã-Bretanha poderá introduzir um período de quarentena de 14 dias para a maioria das pessoas que cheguem ao país, a fim de evitar um segundo pico da pandemia de Covid-19. A notícia é avançada neste sábado pelo jornal “The Times”.

Segundo a publicação, o primeiro-ministro britânico irá anunciar a medida à nação no domingo – uma medida que deverá abranger todos os passageiros que cheguem de avião ou de barco, incluindo britânicos que regressem do exterior.

"Estas medidas ajudarão a proteger o público britânico e reduzirão a transmissão do vírus à medida que avançamos para a próxima fase de nossa resposta", refere uma fonte do Governo citada pelo “The Times”.

A entrada em vigor está prevista para o início de junho. Quem chegar ao país, terá de fornecer o endereço no qual irão estar em isolamento.

Segundo o “The Times”, os viajantes da Irlanda, das Ilhas Anglo-Normandas e da Ilha de Man ficarão isentos da quarentena, assim como os motoristas que transportem bens essenciais.

A multa para os infratores podem chegar às mil libras (cerca de 1.137 euros) ou à deportação.

A notícia não foi, contudo, ainda confirmada oficialmente.

Também no domingo, Boris Johnson deverá anunciar os próximos passos na batalha britânica para enfrentar o novo coronavírus, numa ótica de desconfinamento, depois de mais de seis semanas em que a economia esteve parada com milhões de pessoas em casa.

Neste sábado, o ministro do Ambiente, George Eustice, já avisou que haverá mudanças drásticas, mas sim uma abordagem cautelosa.

O jornal "The Daily Telegraph" antecipa que o primeiro-ministro britânico recomendará o uso de máscaras nos transportes públicos. E o ministro dos Transportes, Grant Shapps, deverá anunciar ainda neste sábado, no 'briefing' diário do Governo, uma provisão de cerca de 280 milhões de euros para aumentar as ciclovias nas estradas britânicas, na tentativa de a população usar mais este meio de transporte.

Companhias temem impacto devastador

As operadoras de aeroportos do Reino Unido já reagiram à notícia da quarentena obrigatória revelando receio de que venha agravar o prejuízo já elevado causado pela pandemia à indústria da aviação.

"A quarentena não teria apenas um impacto devastador no setor de aviação do Reino Unido, mas também na economia em geral", disse Karen Dee, diretora executiva da Associação de Operadores de Aeroportos.

"Se o Governo acredita que a quarentena é medicamente necessária, ela deve ser aplicada de maneira seletiva, deve haver uma estratégia clara e estudado e mitigado o impacto económico em setores-chave", acrescenta, em declarações ao “The Times”.

Já a Airlines UK, órgão representativo das companhias aéreas, prefere conhecer primeiro em detalhe a proposta do Governo. Avança, contudo, que pedirá “garantias de que a decisão foi baseada em dados científicos e que o Governo tem um plano de desconfinamento credível, com revisões semanais”.

O número de mortos na Grã-Bretanha por Covid-19 subiu para 31.241 na sexta-feira.

Para combater a pandemia, os governos de todo o mundo mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.

Face a uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, vários países começaram a desenvolver planos de redução do confinamento e em alguns casos a aliviar diversas medidas.

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