13 mai, 2020 - 21:08 • Lusa
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O Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, testou negativo nos exames que realizou ao novo coronavírus durante o mês de março, segundo os documentos oficiais entregues ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Bolsonaro usou os pseudónimos de "Airton Guedes" e "Rafael Augusto Alves da Costa Ferraz" na realização dos exames médicos, argumentando que o fez por questões de segurança, preservação da imagem e privacidade. Porém, assegurou a sua identificação ao apresentar dados pessoais, como o número da sua cédula de identidade e o equivalente em Portugal ao Número de Identificação Fiscal.
"Eu sempre disse ao médico: 'coloque um nome de fantasia porque(...) alguém pode fazer alguma coisa esquisita'. Em todo o exame que eu faço tem um código", afirmou Bolsonaro à imprensa, no mês passado.
Na madrugada de hoje, a Advocacia-Geral da União (AGU), órgão que representa os interesses do Governo em processo judiciais, entregou ao STF dois dos exames realizados pelo chefe de Estado e, horas mais tarde, entregou um terceiro teste, cuja realização não era pública.
Bolsonaro realizou os exames ao novo coronavírus após regressar de uma viagem aos Estados Unidos e declarou, nas suas contas nas redes sociais, que os dois testes tiveram resultado negativo.
No entanto, o chefe de Estado brasileiro não apresentou nenhum parecer, foto ou cópia dos exames, facto que levou o jornal O Estado de S. Paulo a mover uma ação na Justiça pedindo acesso aos resultados.
A ação movida pelo jornal brasileiro obteve decisão favorável em duas instâncias da justiça, mas a AGU recorreu e obteve o direito de não divulgar os exames numa decisão tomada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
O caso foi levado ao STF, última instância da justiça brasileira, que recebeu os exames por volta das 22h00 de terça-feira (02h00 de quarta em Portugal).