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Pandemia de ​Covid-19

Novo coronavírus pode ser como o VIH e "nunca desaparecer"

13 mai, 2020 - 20:15 • Reuters

Especialista em emergências da Organização Mundial da Saúde admite que a Covid-19 "pode tornar-se um longo problema".

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O novo coronavirus, que causa a doença Covid-19, pode tornar-se endémico como o VIH/Sida. O cenário é traçado esta terça-feira pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que adverte também contra qualquer tentativa de prever quanto tempo o vírus continuará a circular e volta a pedir um "grande esforço" para combatê-lo.

"É importante pôr isto em cima da mesa: este vírus pode tornar-se apenas outro vírus endémico na comunidade e nunca vir a desaparecer", referiu Mike Ryan, especialista em emergências da OMS.

"Julgo que é importante sermos realistas e não acho que alguém possa prever quando é que a Covid-19 desaparecerá", acrescentou. "Acho que não poderemos fazer promessas quanto a isto e apontar alguma data. Esta doença pode tornar-se um longo problema, ou não", acrescentou Mike Ryan.

Ainda assim, o especialista em emergências da OMS garante que o mundo tem, agora, algum controlo sobre como lidar com a doença, embora isso exija um "grande esforço", mesmo que uma vacina seja encontrada - uma perspetiva que Mike Ryan descreveu como um "massivo tiro no escuro”.

Mais de 100 possíveis vacinas estão a ser desenvolvidas, incluindo várias em ensaios clínicos, mas os especialistas destacam as dificuldades em encontrar vacinas eficazes contra os coronavírus. Mike Ryan explicou que existem vacinas para outras doenças, como sarampo, que nunca foram eliminadas.

Por sua vez, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, acrescentou: "A trajetória [do novo coronavírus] está nas nossas mãos, é um assunto de todos e todos devemos contribuir para acabar com esta pandemia".

Mike Ryan acredita que "é necessário um controlo muito significativo" do vírus para diminuir a avaliação de risco – que, segundo ele, permanece alta a "nível nacional, regional e global".

Os governos de todo o mundo debatem-se com a questão de como reabrir as suas economias enquanto ainda tentam conter a propagação do vírus, que já infecto quase 4,3 milhões de pessoas em todo o mundo e levou a mais de 291 mil mortes. A União Europeia, por exemplo, pretende reabrir gradualmente as fronteiras dentro do bloco que foram fechadas por causa da pandemia, dizendo mesmo que não é tarde demais para salvar parte da temporada turística de Verão e ainda manter as pessoas seguras.

Mas especialistas em saúde pública afirmam que é necessária extrema cautela para evitar novos surtos. Mike Ryan, da OMS, diz que abrir fronteiras terrestres é menos arriscado do que facilitar as viagens aéreas, o que seria um "desafio diferente".

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