20 mai, 2020 - 19:41 • Cristina Branco
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A cidade chinesa de Wuhan, na origem da crise da Covid-19, proibiu o consumo de animais selvagens e os agricultores chineses estão a receber verbas para deixar de criar animais exóticos, adianta a cadeia CBS News.
As medidas surgem face à crescente pressão da China para combater o comércio ilegal de animais selvagens, ao qual são atribuídas grandes responsabilidades pela pandemia que matou mais de 320 mil pessoas em todo o mundo.
A administração local em Wuhan, cidade com cerca de 11 milhões de habitantes na província central de Hubei, onde os casos de Covid-19 foram registados pela primeira vez no final do ano passado, anunciou, esta quarta-feira, que o consumo de todos os animais selvagens foi oficialmente proibido.
A cidade também proibiu praticamente toda a caça de animais selvagens dentro dos seus limites, declarando Wuhan "um santuário da vida selvagem", com exceção da caça considerada pelo Governo para "pesquisa científica, regulação populacional, monitorização de doenças epidémicas e outras circunstâncias especiais".
Os cães são reclassificados pela China como animais de estimação e não como animais para consumo humano.
A organização Humane Society International (HSI) na China, disse à AFP que planos semelhantes devem ser lançados em todo o país.
Peter Li, especialista da organização, alertou, no entanto, que” as propostas de deixam espaço para os agricultores continuarem a criar animais exóticos, desde que não sejam enviados para os mercados de alimentos.
Embora Pequim tenha implementado medidas para proibir o comércio e o consumo de animais selvagens após o surto de Sars-cov-2, não conseguiram interromper o comércio.
O especialista considerou que as autoridades chinesas estão agora a seguir na direção certa.
"É a primeira vez que o governo chinês realmente decide fazê-lo, o que abre um precedente para a eliminação de outro tipo de produções”.