20 mai, 2020 - 18:05 • Cristina Branco
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A primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, sugere às empresas do país que estudem a possibilidade de uma semana de quatro dias de trabalho para que os funcionários possam ter mais flexibilidade para aproveitar o turismo.
A ideia de Jacinda Ardern é reavivar essa indústria, uma das mais afetadas pela pandemia de covid-19, numa altura em que as fronteiras do país continuam fechadas.
A primeira-ministra afirma que “seria uma forma de aproveitar o facto de 60% da indústria do turismo na Nova Zelândia ser garantida pelo turismo doméstico”, embora muitos trabalhadores se queixem de falta de flexibilidade para viajar e conciliar passeios com a vida profissional.
“Ouço muitas pessoas a dizer que deveríamos ter uma semana de quatro dias de trabalho. Essa é uma decisão entre empresas e trabalhadores”, disse Arden, num comentário informal feito em direto na terça-feira, através de um vídeo no Facebook.
“Há muitas coisas que aprendemos com a covid-19, incluindo a flexibilidade de as pessoas trabalharem a partir de casa e a produtividade que daí advém”, sublinhou a primeira-ministra, aconselhando “os empregadores a pensarem nisso, se estiverem numa posição em que seja possível fazê-lo, porque, de certeza, iria ajudar o turismo em todo o país”, concluiu.
O comentário foi feito depois de uma visita à cidade de Rotorua, uma das regiões mais turísticas da Nova Zelândia, onde falou com comerciantes locais e com empresários do setor do turismo, restauração e alojamento.
“São tempos extraordinários e devemos estar abertos a ideias extraordinárias”, afirmou, mais tarde, numa conferência de imprensa divulgada no final do dia, em direto no Facebook, uma das redes sociais que Jacinda Ardern tem utilizado para fazer atualizações diárias sobre a evolução da pandemia.
A Nova Zelândia tem quase cinco milhões de habitantes e regista um total de 1.503 casos de infeção e 21 mortes. Números baixos quando comparados com outros países, mas que a primeira-ministra afirma que só acontece porque foi imposta uma quarentena de cinco semanas que permitiu rasgar as cadeias de transmissão, razão pela qual os neozelandeses podem agora voltar a sair à rua e frequentar bares e discotecas, sempre com medidas de precaução.
Jacinda Ardern assumiu a chefia do Governo neozelandês em outubro de 2017, tornando-se a primeira-ministra mais jovem na altura.