22 mai, 2020 - 21:49 • Redação
Celso de Mello, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu tornar público o vídeo da reunião que o antigo ministro da Justiça, Sérgio Moro, indicou como prova que Jair Bolsonaro queria interferir na autonomia da Polícia Federal.
O magistrado recusou o pedido do governo e da Procuradoria-Geral da República, que pediam que Mello apenas divulgasse as partes do encontro que poderiam ter envolvimento no inquérito em questão.
Na reunião, Bolsonaro falou explicitamente em "interferir na Polícia Federal" e que não ia esperar consequências na sua família ou amigos para tomar medidas.
"Já tentei trocar gente da segurança nossa no Rio de Janeiro oficialmente e não consegui. Isso acabou. Eu não posso trocar alguém da segurança da ponta de linha que pertence à estrutura. Vai trocar, se não puder trocar, troca o chefe dele, troca o ministro. E ponto final. Não estamos aqui para brincadeira", afirmou Jair Bolsonaro.
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De acordo com declarações reproduzidas na imprensa brasileira, Celso de Mello explicou o motivo para ter divulgado o vídeo.
"Traduz consequência natural do dogma constitucional da publicidade, que confere, em regra, a qualquer pessoa a prerrogativa de conhecimento e acesso à informação, atos e aos precedimentos que envolvam matéria de interesse público".
O magistrado diz que há falta "ética" das pessoas que participaram na reunião pelas "expressões indecorosas, grosseiras e constrangedoras".
Sergio Moro deixou o governo brasileiro depois de Bolsonaro ter pressionado para fazer alterações na Polícia Federal do Rio de Janeiro, com o objetivo de interferir na organização, o que viola a independência da Polícia Federal.
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