01 jun, 2020 - 23:20 • Lusa
A autópsia pedida pela família de George Floyd revelou que o afro-americano morreu de asfixia devido à compressão do pescoço e das costas quando um polícia de Minneapolis o pressionou contra o chão com o joelho.
A informação foi revelada esta segunda-feira pelo advogado da família, Ben Crump, segundo o qual existem, na perícia solicitada a uma entidade independente, sinais de que a compressão cortou o fluxo sanguíneo para o cérebro de George Floyd e o peso nas costas dificultou a respiração.
Os resultados da autópsia pedida pela família, por não confiarem nas autoridades locais, diferem da autópsia oficial descrita na queixa criminal contra o agente Derek Chauvin.
As conclusões dessa primeira perícia apontavam para a morte devido a um conjunto de fatores, como o facto de Floyd ter estado imobilizado, associado a problemas de saúde da vítima e a potenciais elementos tóxicos no organismo. Nesta autópsia não foram encontradas evidências físicas que "sustentem um diagnóstico de asfixia traumática ou estrangulamento".
A autópsia oficial da semana passada não avançou pormenores sobre substâncias tóxicas e os resultados toxicológicos podem demorar semanas.
O resultado da autópsia foi conhecido no mesmo dia em que o irmão de George Floyd apelou para a paz nas ruas, dizendo que a destruição não vai trazer o seu familiar de volta.
Em Minneapolis, Terrence fez o apelo no local onde o irmão George foi sufocado com o joelho no pescoço contra o chão durante vários minutos, quando se encontrava algemado, por um agente da polícia.
"Vamos lá mudar, pessoal. Façam isto pacificamente, por favor", disse Terrence Floyd, tendo exortado os presentes a porem termo à violência e a usarem o seu poder nas urnas.
Em resposta, a multidão gritou “Qual é o nome dele? George Floyd” e “Um já foi, faltam três”, numa referência aos quatro agentes da polícia envolvidos na prisão de Floyd.
Derek Chauvin, o agente que colocou o seu joelho sobre Floyd, foi acusado de homicídio, mas os manifestantes exigem que os seus colegas também sejam processados. Os quatro foram despedidos.
"Se eu não estou aqui a estragar a minha comunidade, então o que estão todos a fazer?", questionou. "Vocês não estão a fazer nada, porque isso não vai trazer o meu irmão de volta”, acrescentou.
George Floyd, um afro-americano de 46 anos, morreu na noite de dia 25 de maio, em Minneapolis, após uma intervenção policial violenta, cujas imagens foram divulgadas através da internet.
Floyd foi detido por suspeita de ter tentado pagar com uma nota falsa de 20 dólares num supermercado.
Num vídeo filmado por transeuntes e divulgado nas redes sociais, é possível ver um dos agentes pressionar o pescoço de Floyd com o joelho durante vários minutos.
No mesmo vídeo, vê-se Floyd a dizer ao polícia que não consegue respirar.
Desde então, várias cidades norte-americanas, incluindo Washington e Nova Iorque, têm sido palco de manifestações, com os protestos a resultarem frequentemente em confrontos com a polícia, tendo ocorrido pelo menos três mortes.