02 jun, 2020 - 22:06 • Lusa
O estado norte-americano do Minnesota apresentou esta terça-feira uma queixa em matéria de direitos humanos contra o Departamento da Polícia de Minneapolis na sequência da morte do cidadão afro-americano George Floyd numa intervenção policial.
George Floyd morreu às mãos de um polícia de Minneapolis, que pressionou o seu joelho no pescoço da vítima durante vários minutos, mesmo depois de ela ter parado de se mexer.
A apresentação da queixa foi anunciada pelo governador, Tim Walz, e pelo Departamento dos Direitos Humanos do Minnesota, numa conferência de imprensa.
O vídeo que mostra o agente da polícia Derek Chauvin sobre Floyd suscitou protestos em todo o mundo.
Derek Chauvin foi despedido e acusado de homicídio em terceiro grau e homicídio involuntário em segundo grau. Três outros oficiais envolvidos foram despedidos, mas não foram acusados.
O Departamento de Polícia de Minneapolis tem enfrentado décadas de alegações de brutalidade e outras discriminações contra afro-americanos e outras minorias, mesmo dentro do próprio organismo.
Os críticos afirmam que a sua cultura resiste à mudança, apesar da promoção de Medaria Arradondo como o seu primeiro chefe de polícia negro, em 2017.
O próprio Arradondo estava entre os cinco agentes negros que processaram o departamento de polícia, em 2007, por alegada discriminação nas promoções, nos salários e na disciplina.
No processo afirmaram que o departamento tinha um histórico de tolerância em relação ao racismo e à discriminação. A cidade acabou por resolver o processo por 740.000 dólares (662 mil euros).
George Floyd, um afro-americano de 46 anos, morreu em 25 de maio, em Minneapolis (Minnesota), depois de um polícia branco lhe ter pressionado o pescoço com um joelho durante cerca de oito minutos numa operação de detenção, apesar de Floyd dizer que não conseguia respirar.
Desde a divulgação das imagens nas redes sociais, têm-se sucedido os protestos contra a violência policial e o racismo em dezenas de cidades norte-americanas, algumas das quais foram palco de atos de pilhagem, e noutros países.
Pelo menos quatro mil pessoas foram detidas e o recolher obrigatório foi imposto em várias cidades, incluindo Washington e Nova Iorque, mas diversos comentários do Presidente norte-americano, Donald Trump, contra os manifestantes têm intensificado os protestos.
A morte de Floyd ocorreu durante a sua detenção por suspeita de ter usado uma nota falsa de 20 dólares (18 euros) numa loja.