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Pandemia de Covid-19

Brasil tem mais 904 mortes e 27 mil infetados por Covid-19 do que ontem

07 jun, 2020 - 09:18 • Lusa

Bolsonaro decidiu alterar a divulgação dos dados, pelo que os números totais deixarão de ser comunicados. Para "evitar subnotificações e inconsistências", argumenta o Presidente brasileiro.

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O Brasil registou 904 mortes e 27.075 mil casos do novo coronavírus nas últimas 24 horas, informou o Ministério da Saúde neste domingo.

Ao todo, o Brasil já confirmou 672.846 casos de pessoas infetadas e 35.930 mortes associadas ao novo coronavírus.

No sábado, o Governo brasileiro confirmou que realizou mudanças na divulgação dos dados consolidados sobre casos e mortes provocadas pela pandemia.

Após quase 24 horas fora do ar, o site do Ministério da Saúde no qual se divulga os números de infeções, mortos e outras informações relevantes sobre a pandemia de Covid-19 voltou a estar disponível com informações parciais, que excluem o número total de mortos e o total de casos da doença registados no Brasil.

O Governo passou, assim, a relatar apenas o número de casos e de óbitos registados nas últimas 24 horas.

Além da suspensão da divulgação de parte dos dados consolidados, o Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, confirmou que o Governo informará os números após as 22h00, horário local, muito depois dos horários em que os números eram divulgados desde que o vírus chegou ao país.

"Para evitar subnotificação e inconsistências, o @minsaude optou pela divulgação às 22h, o que permite passar por esse processo completo", escreveu o chefe de Estado brasileiro na sua conta na rede social Twitter.


A mudança na metodologia causou protestos em diferentes setores, que acusaram o Governo brasileiro de dificultar o acesso à informação.

A alteração também foi associada à intenção de impedir que as informações sejam divulgadas nos noticiários noturnos da rede Globo, que têm a maior audiência do país, e nas edições impressas dos jornais brasileiros.

Na sexta-feira, em declarações aos jornalistas, o próprio Bolsonaro disse que, com a mudança, a rede Globo deixaria de ser a "TV Funeral".

O ex-ministro da Saúde do Brasil Luiz Henrique Mandetta, que deixou o cargo por discordar do Presidente brasileiro sobre as melhores ações para o combate à pandemia, afirmou hoje durante uma transmissão ao vivo na internet que a decisão de suspender a divulgação do número total de mortes e infetados no país "é uma tragédia".

O Conselho Nacional de Secretários de Saúde, que reúne autoridades de saúde dos 27 estados brasileiros, emitiu uma declaração afirmando que as mudanças juntamente com a sugestão de executar uma revisão de dados consolidados por governos regionais enviados diariamente ao Ministério da Saúde visam "dar invisibilidade aos mortos".

A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) informou, por sua vez, que "enquanto o número de mortos e contaminados atinge níveis recordes no país, devastando a vida de milhares de brasileiros, o Governo de Bolsonaro escolhe dificultar o acesso a informações sobre o progresso do vírus".

No início da noite, a Defensoria Pública da União (DPU), órgão governamental que indica gratuitamente advogados aos carenciados (advogados oficiosos), informou que avançou com um pedido judicial para exigir que o Ministério da Saúde volte a divulgar os números suprimidos no portal que relata dados da doença.

A pandemia de Covid-19 provocou até agora, em todo o mundo, mais de 397 mil mortos e infetou mais de 6,8 milhões de pessoas em 196 países e territórios.

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