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Covid-19

Rússia anuncia que começará a produzir vacina em setembro

13 jun, 2020 - 13:17 • Lusa

Os testes clínicos serão realizados em julho. Os militares já tinham informado que 50 soldados ofereceram-se para participar nos ensaios.

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O Governo russo anunciou que em setembro começará a produzir em grandes doses uma vacina contra o novo coronavírus, que causa a doença Covid-19, que naquele país já superou meio milhão de casos confirmados.

Os testes clínicos serão realizados em julho, o registo estatal em agosto e a produção começará em setembro, disse Tatiana Golikova, vice-primeira-ministra da Rússia para Política Social, Trabalho, Saúde e Segurança Social, numa conferência de imprensa.

O encarregado da tarefa será o Centro Nacional de Pesquisa em Epidemiologia e Microbiologia Gamalei, que recebeu o nome de um famoso virologista russo e trabalha em cooperação com o Ministério da Defesa.

A Defesa já havia informado que 50 soldados - 45 homens e cinco mulheres – ofereceram-se para participar nos ensaios clínicos do Centro de Pesquisa Científica Número 48.

O Governo russo informou que dez centros científicos no país estão atualmente a trabalhar no desenvolvimento de vacinas e medicamentos para combater esta doença, incluindo a Universidade Estadual de Moscovo.

No final de maio, o Presidente russo, Vladimir Putin, ordenou que o Governo acelerasse a produção da vacina contra o novo coronavírus.

O diretor do centro de Gamalei, Alexandr Gintsburg, explicou que a instituição prepara uma vacina de vetor com base no ADN de um adenovírus do tipo SARS-CoV-2. Segundo o cientista, a vacina já foi experimentada não oficialmente com a ajuda de voluntários do próprio centro e todos os pacientes estão bem e desenvolveram imunidade ao vírus.

Quanto à pandemia na Rússia, Golikova observou que o aumento no número de infeções foi reduzido em 16 vezes em relação a seu pico, em meados de maio, e 79% das pessoas infetadas já tiveram alta, mas a situação permanece bastante alarmante.

A vice-primeira ministra observou que em mais da metade das regiões (49), já começou a desaceleração, mas alertou que, ao contrário do começo, Moscovo regista pouco mais de 22% do aumento diário de infeções.

A oposição e a imprensa independente acusam o Kremlin de apressar-se em suspender as restrições, uma decisão que se vincula diretamente ao plebiscito constitucional de 1 de julho, da qual depende que Putin possa se candidatar à reeleição em 2024.

A Rússia é o terceiro país do mundo com mais casos de Covid-19, com 520.129, segundo dados publicados hoje pelas autoridades, enquanto as mortes chegam a 6.829 após o óbito de 114 pessoas nas últimas 24 horas.

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