18 jun, 2020 - 23:44 • Lusa
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Os Estados Unidos puseram esta quinta-feira em causa a "credibilidade" dos números divulgados pela China sobre o ressurgimento de novos casos de covid-19 em Pequim, apelando ao envio de observadores "neutros".
O Ministério da Saúde chinês comunicou 158 casos desde a semana passada na capital, que tem uma população de 21 milhões de habitantes, assegurando ao mesmo tempo que a epidemia estava "sob controlo".
"Gostaria de acreditar que os números" estão "mais próximos da realidade do que aquilo que foi visto em Wuhan e em outras partes da China, mas isso ainda está por ver", disse aos repórteres o secretário de Estado Adjunto dos Estados Unidos para a Ásia Oriental, David Stilwell.
Washington acusa as autoridades chinesas de mentir sobre o número oficial de mortos, que ascende atualmente a quase 83.300 casos e a mais de 4.600 mortos desde que a covid-19 foi sinalizada pela primeira vez na cidade de Wuhan, no final de 2019.
O Governo de Donald Trump acredita também que Pequim escondeu a amplitude inicial e a gravidade da epidemia, o que facilitou a propagação do vírus que matou mais de 450.000 pessoas em todo o mundo e forçou os governos a confinar as populações e, assim, paralisarem as suas economias.
"Quando se trata de dados, a credibilidade é importante. E quando se perde credibilidade, é muito difícil recuperá-la", disse Stilwell, citando "avaliações muito credíveis e não politizadas de publicações científicas", segundo as quais seria simplesmente "impossível" que o balanço oficial da China correspondesse à realidade, podendo ser "10 vezes" superior.
Para David Stilwell, a "única forma" de "restaurar" a credibilidade da China seria "aceitar o destacamento de observadores neutros para ajudar a compreender exatamente o que aconteceu" no início da pandemia.
O diplomata assegurou que o Secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, tinha deixado claro este pedido de "transparência" ao alto funcionário chinês Yang Jiechi na sua reunião de crise no Havai, na quarta-feira.
A controvérsia sobre a gestão do novo coronavírus agravou significativamente as relações já tensas entre as duas principais potências mundiais.