09 jul, 2020 - 08:40 • Lusa
O afro-americano George Floyd, que foi morto pela polícia e provocou protestos raciais maciços nos Estados Unidos, avisou os agentes cerca de 20 vezes que não conseguia respirar, de acordo com uma transcrição policial divulgada, na quarta-feira.
A gravação foi feita através de uma câmara fixada na farda de Thomas Lane, um dos quatro polícias acusados no caso e cuja defesa está a tentar que as acusações contra ele sejam retiradas, apontando para o principal arguido, Derek Chauvin.
Até agora, os últimos minutos da vida de Floyd eram conhecidos graças a vídeos gravados por filmagens de pessoas, mas o documento fornecido por Lane mostra a cena, que ocorreu a 25 de maio em Minneapolis, de uma forma ainda mais dramática.
"Vão matar-me, vão matar-me", disse Floyd, de 46 anos, uma vez que a polícia o mandou prender e de bruços no chão, ao que Chauvin respondeu: "Pára de falar, pára de gritar, é preciso muito oxigénio para falar”.
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Chauvin foi o agente que sufocou Floyd, ao pressionar o joelho contra o pescoço durante mais de oito minutos, durante os quais o afro-americano avisou que não conseguia respirar.
Aos lamentos desesperados, os agentes responderam com frases como "relaxa" (Tou Thao), "respira fundo" (Lane) ou "estás bem, estás a falar bem" (Alexander Kueng).
Na altura, Floyd também informou que tinha estado infetado com o novo coronavírus e que estava a ter dificuldades em respirar.
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A certa altura, Lane perguntou a Chauvin - o mais experiente dos quatro polícias - se deviam virar Floyd para o lado, mas ele disse "não".
Lane insistiu que estava preocupado com a saúde de Floyd, uma vez que parecia estar sob a influência de alguma substância.
"Bem, é por isso que uma ambulância está a chegar", disse Chauvin, que não levantou o joelho do pescoço de Floyd até que um paramédico lhe disse para o fazer.
Chauvin é acusado de homicídio em segundo grau e homicídio involuntário em terceiro grau por matar Floyd, enquanto Lane, Thao e Kueng são acusados de cumplicidade e homicídio em segundo grau.
Lane, que saiu sob fiança de 750 mil dólares, argumentou que foi a sua primeira semana naquela força policial e que foi Chauvin quem tomou as decisões que levaram à morte de Floyd.
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