Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Israel

Milhares de pessoas manifestam-se em Jerusalém para pedir demissão de Netanyahu

14 jul, 2020 - 23:22 • Lusa

Primeiro-ministro israelita é acusado de corrupção em vários negócios e de má gestão da pandemia de covid-19. Autoridades sanitárias israelitas contabilizaram mais de 41.200 infetados, de que resultaram 368 óbitos.

A+ / A-

Milhares de pessoas manifestaram-se esta terça-feira em Jerusalém contra o primeiro-ministro israelita, Benjamim Netanyahu, acusado de corrupção em vários negócios e de má gestão da pandemia de covid-19, exigindo a sua demissão.

Os manifestantes empunharam cartazes com palavras de ordem como “a corrupção de Netanyahu deixa-nos doentes”, “Netanyahu, demissão”, “crime minister” [alusão ao cargo de chefe do Governo, em inglês ‘prime minister’] ou ainda “estamos fartos” defronte da residência do primeiro-ministro israelita.

Um dos organizadores do protesto, o general na reserva Amir Haskel, apelou aos israelitas para se deslocarem a Jerusalém hoje, “231.º aniversário da Revolução Francesa” (iniciada a 05 de maio de 1789 e que culminou com a tomada do Palácio da Bastilha, a 14 de julho), para “reclamar a liberdade, igualdade e fraternidade”.

A ação de protesto foi acompanhada por várias unidades das forças de segurança israelitas e os manifestantes estavam a utilizar máscaras, mas sem ter em conta o distanciamento físico obrigatório.

“O vírus mais mortal não é a covid-19, mas sim a corrupção”, disse à agência noticiosa France Presse (AFP) Laurent Cigé, vindo de Telavive para participar na manifestação.

À medida que os manifestantes iam abandonando o local da concentração registaram-se pequenas escaramuças com a polícia.

Acusado de corrupção, fraude e abuso de confiança em três processos distintos, Netanyahu está no centro de um julgamento na justiça, que começou em maio e cuja próxima audiência está marcada para 19 deste mês.

Segundo a lei israelita, o primeiro-ministro não é obrigado a apresentar a demissão quando é acusado, só o devendo fazer se for reconhecido culpado de um crime após ter esgotado os procedimentos de recurso, o que poderá levar anos.

Os manifestantes protestaram também contra a forma como o Governo de Israel tem gerido a pandemia de covid-19, sobretudo num dia em que o Ministério da Saúde israelita anunciou mais de 1.400 novos casos do novo coronavírus nas últimas 24 horas.

Até há pouco tempo, Israel, com cerca de nove milhões de habitantes, orgulhava-se da gestão feita durante a pandemia, mas o número de novos casos diários tem aumentado nas últimas semanas após ter sido anunciado o fim de algumas restrições impostas pelo confinamento, em finais de maio.

Na semana passada, o Governo israelita anunciou o regresso de várias restrições, como o encerramento dos bares, discotecas e pavilhões desportivos.

Oficialmente, e segundo dados de hoje, as autoridades sanitárias israelitas contabilizaram mais de 41.200 infetados, de que resultaram 368 óbitos.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 573 mil mortos e infetou mais de 13,12 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+