18 jul, 2020 - 22:37
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O segundo dia da cimeira extraordinária de líderes europeus para recuperação económica após a crise da covid-19 terminou este sábado novamente num impasse político e ainda sem acordo a 27, com os trabalhos a serem retomados domingo.
Num dia marcado por várias consultas bilaterais do presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, com vários chefes de Governo e de Estado à margem da cimeira para tentar chegar a um consenso, e em que chegaram a ser colocadas novas propostas em cima da mesa, foram poucos os avanços nas negociações, pelo que o desfecho da reunião foi igual ao de sexta-feira.
“O plenário do Conselho Europeu terminou e o presidente Charles Michel vai retomar a reunião amanhã [domingo] ao meio-dia”, menos uma hora em Lisboa, anunciou o porta-voz do Conselho Europeu, através da rede social Twitter.
Nesta cimeira iniciada na sexta-feira de manhã, em Bruxelas, os líderes da União Europeia (UE) buscam um compromisso sobre o próximo orçamento plurianual da União (2021-2027) e o Fundo de Recuperação para superar a crise da covid-19.
Os trabalhos foram retomados hoje ao final da manhã, mas por pouco tempo, pois ao início da tarde foram interrompidos para uma série de consultas.
As consultas, realizadas nos mais diversos formatos, prolongaram-se por cerca de oito horas, entre as 13:00 e as 21:00 locais (menos uma hora em Lisboa), tendo Charles Michel finalmente convocado os 27 para voltarem todos à mesa, para um jantar de trabalho durante o qual foi feito um ponto da situação nas negociações, à luz das reuniões que o presidente do Conselho foi tendo com diferentes grupos de Estados-membros durante todo o dia.
O primeiro-ministro, António Costa, participou na primeira consulta levada a cabo hoje à tarde por Charles Michel, bastante alargada, pois o presidente do Conselho Europeu juntou à mesa os líderes de 11 países, incluindo os países do sul da Europa e os chamados ‘frugais’.
Nessa reunião participaram os chefes de Governo de Portugal, Espanha, Itália e Grécia, por um lado, os primeiros-ministros da Holanda, Áustria, Suécia, Dinamarca e Finlândia, por outro, a chanceler alemã Angela Merkel e o Presidente francês Emmanuel Macron, apontados como ‘mediadores’, e ainda a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
Com o objetivo de se chegar a um compromisso em torno do Quadro Financeiro Plurianual da UE para os próximos sete anos e o Fundo de Recuperação, as duas bases do plano de relançamento da economia europeia para superar a crise da covid-19, que em conjunto atingem os 1,8 biliões de euros, este Conselho Europeu permanece com desfecho incerto, desconhecendo-se mesmo até quando decorrerá.