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Covid-19. Inglaterra foi o país com maior excesso de mortalidade na Europa

30 jul, 2020 - 13:05 • Lusa

Dados do Eurostat indicam que a pandemia de Covid-19 causou um aumento extraordinário das taxas de mortalidade no primeiro semestre de 2020 em toda a Europa Ocidental.

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Inglaterra foi o país com maior excesso de mortalidade na Europa durante a pandemia de Covid-19, muito acima de Portugal, e apesar de ter sido Espanha a registar um pico mais elevado, aponta uma análise publicada esta quinta-feira pelo instituto de estatísticas britânico.

Segundo o estudo instituto de estatísticas britânico (ONS), que abrangeu o período entre 28 de dezembro de 2019 e 12 de junho de 2020 e analisou dados de 29 países, incluindo Portugal, Inglaterra atingiu um excesso de mortalidade de 107,6% em meados de abril, enquanto que em Espanha chegou aos 138,5% no final de março.

Em Portugal, o excesso de mortalidade mais elevado aconteceu no início de abril, quando subiu até 17,8%.

A análise, feita a partir de dados reunidos pelo instituto de estatísticas da UE Eurostat, concluiu que a pandemia de Covid-19 causou um aumento extraordinário das taxas de mortalidade no primeiro semestre de 2020 na Europa Ocidental.

“O pico mais alto de excesso de mortalidade a nível nacional foi na Espanha, tendo algumas áreas no norte da Itália e no centro da Espanha atingido níveis de excesso de mortalidade 847,7% acima da média”, disse o analista Edward Morgan.

O estudo conclui que o Reino Unido não registou um pico tão elevado nem tão localizado como na maioria do resto dos países europeus, tendo o excesso de mortalidade sido geograficamente espalhado de forma relativamente uniforme nas quatro nações britânicas: Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte.

Porém, a descida mais lenta da curva no Reino Unido significa que, até o final de maio, a Inglaterra registou o maior excesso geral de mortalidade relativa comparando com os outros países europeus.

De acordo com estatísticas oficiais, o excesso de mortalidade, que inclui todas as mortes resultantes indiretamente da pandemia e compara o valor com a média dos últimos cinco anos, ultrapassou os 64 mil óbitos durante o período da pandemia de Covid-19.

Este é considerado o melhor indicador do impacto do vírus, pois fornece uma visão ao longo de períodos históricos e inclui a mortalidade por todas as causas, incluindo aquelas que possam ser uma consequência da crise, como a falta de assistência médica.

Oficialmente, o Reino Unido registou até quarta-feira 45.961 mortes durante a pandemia de Covid-19 em 301,455 casos de contágio confirmados.

Portugal contabiliza pelo menos 1.725 mortos associados à Covid-19 em 50.613 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).

A pandemia de Covid-19 já provocou mais de 666 mil mortos e infetou mais de 17 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus, o SARS-CoV-2, detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.

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