30 jul, 2020 - 17:13 • Redação com Reuters
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Herman Cain, candidato republicano à presidência dos EUA em 2012 e líder da organização "Vozes Negras por Trump", morreu esta quinta-feira.
Cain tinha sido diagnosticado com Covid-19 em junho, após ter participado no comício de campanha do Presidente Donald Trump em Tulsa, no estado de Oklahoma -- um evento que reuniu milhares de pessoas num espaço confinado, muitas delas sem máscara de proteção contra o novo coronavírus.
Na altura, Cain publicou no Twitter uma foto de si próprio sem máscara, rodeado de outros apoiantes de Trump.
"Estamos tristes, o mundo ficou mais triste; Herman Cain foi ter com o Senhor", lê-se num comunicado publicado no site oficial do antigo candidato presidencial.
Cain estava no grupo de alto risco devido ao seu historial com cancro.
O seu teste positivo à Covid-19 surgiu menos de duas semanas depois de ter participado neste comício. Ainda assim, não é claro que tenha sido infetado durante este evento.
A organização do evento pediu aos participantes que assinassem uma declaração que absolveria a campanha de qualquer responsabilidade por doenças relacionadas com o vírus.
A secretária de imprensa da Casa Branca, Kayleigh McEnany, lamentou a morte de Herman Cain. "Herman Cain encarnava o sonho americano e representava o melhor o espírito norte-americano. Os nossos corações estão em luto pelos seus entes queridos, eles vão permanecer nas nossas orações. Nunca vamos esquecer o seu legado de graça, patriotismo e fé", afirmou, em comunicado.
Cain autodenominava-se um "conservador negro americano". Estava agora a apresentar um novo programa na Newsmax TV e esperava ter um "papel" na campanha para as presidenciais de 2020, segundo um comunicado publicado no seu site pessoal.
Fez fortuna como diretor da Godfather’s Pizza e liderou algumas sondagens no início da corrida para a indicação presidencial republicana de 2012.
Durante a campanha de 2016, tornou-se apoiante de Donald Trump, que no ano passado planeava nomear Cain para uma posição no poderoso conselho da Reserva Federal (Fed) dos EUA, que estabelece taxas de juros de referência.
A potencial indicação enfrentou resistência imediata, mesmo dentro do Partido Republicano, com os mais críticos a expressarem preocupação com a possiblidade de ter apoiantes de Trump no conselho, tradicionalmente apartidário.
Cain acabou por se retirar da corrida, alegando que o novo cargo reduziria o seu salário e influência pública.