03 ago, 2020 - 20:24 • Lusa
O ataque de militantes jihadistas à prisão de Jalalabad, leste do Afeganistão, provocou pelo menos 39 mortos, incluindo assaltantes, e a libertação de cerca de 400 prisioneiros antes do restabelecimento do controlo, disseram esta segunda-feira responsáveis oficiais.
Esta ação foi reivindicada pelo ramo do grupo extremista Estado Islâmico (EI) na Província Khorasan, e que provocou ainda perto de 50 feridos, que ainda mantém uma importante presença no terreno e revela os próximos desafios de Cabul quando as forças dos EUA e da NATO iniciaram a sua retirada na sequência do acordo de paz entre Washington e os talibãs.
As forças de segurança recuperaram o controlo da prisão em Jalalabad, capital da província Nangarhar, a leste de Cabul, que tinha sido atacada no domingo por um grupo do EI, segundo Fawad Aman, porta-voz do Ministério da Defesa afegão.
O ataque ocorreu um dia depois de as forças especiais afegãs terem assassinado um importante comandante do EI, perto de Jalalabad.
Tudo começou no domingo, quando um homem-bomba do EI conduziu um carro carregado de explosivos até ao portão principal da prisão, fazendo-o explodir, enquanto militantes do grupo terrorista abriam fogo contra os guardas da prisão.
Cerca de 600 prisioneiros, num total de 1.500 detidos, terão permanecido nas suas celas, e no dia de segunda-feira ainda não era possível esclarecer quantos permaneciam em fuga.
O porta-voz político dos talibãs, Suhail Shaheen, disse que o seu movimento não esteve envolvido neste ataque, recordando que se encontra a cumprir um cessar-fogo de três dias, declarado a partir de sexta-feira, para a celebração do feriado muçulmano Eid al-Adha, que expirou há poucas horas.
“Temos um cessar-fogo e não estamos envolvidos em nenhum desses ataques em nenhum lugar do país”, assegurou Shaheen.
Os talibãs também negam ter estado envolvidos num atentado suicida na província de Loga, no leste do Afeganistão, na quinta-feira, que matou pelo menos nove pessoas e feriu outras 40.