05 ago, 2020 - 16:57 • Redação
Subiu na tarde desta quarta-feira para 135 o número de vítimas mortais em consequência das explosões que ocorreram ontem no porto de Beirute. Em declarações à televisão Al Manar, citadas pela Reuters, o ministro da Saúde libanês refere também que o número de feridos aproxima-se agora de cinco mil, encontrando-se, diz o governante, “dezenas” de pessoas desaparecidas.
A explosão em Beirute é já considerada uma das maiores da história, logo a seguir às nucleares em Hiroshima e Nagasaki.
O rebentamento ocorreu no porto de Beirute, numa zona onde há armazéns com material explosivo. A explosão foi ouvida em toda a cidade, gerando ondas de choque que destruíram várias janelas e fachadas de edifícios.
Entretanto, o Governo libanês exigiu esta quarta-feira a prisão domiciliária a número indeterminado de responsáveis do porto de Beirute enquanto decorrer a investigação que procura determinar como 2.750 toneladas de nitrato de amónio puderam estar armazenadas durante anos no local.
Ao dirigir-se ao "supremo poder militar" encarregado das questões de segurança durante o período de duas semanas do estado de emergência em Beirute, o Governo exigiu "a prisão domiciliária de todas as pessoas" implicadas no armazenamento de amónio desde que a carga chegou à capital libanesa.
Numa conferência de imprensa, o ministro da Informação libanês, Manal Abdel Samad, não adiantou o nome dos responsáveis ou o respetivo número, nem avançou outros pormenores. A exigência do Governo libanês surge numa altura em que começam a surgir relatos de "negligência", o que permitiu as explosões que mataram pelo menos 113 pessoas e feriu cerca de 4.000.
Segundo noticia hoje o “New York Times”, as autoridades libanesas sabiam do perigo que representaria o armazenamento de milhares de toneladas (que chegaram à cidade de Beirute a bordo de um navio cargueiro russo há já seis anos) de nitrato de amónio no porto, mas não agiram.
Ainda segundo o periódico norte-americano, entre 2014 e 2017 as autoridades aduaneiras libanesas escreveram cartas aos tribunais pelo menos seis vezes, procurando orientação para saber como descartar aquele material altamente combustível.
Por sua vez, as autoridades judiciárias nunca responderam às missivas.