05 ago, 2020 - 20:00 • Redação
O presidente da Câmara de Beirute diz que a cidade, em escombros, é hoje uma “zona de guerra”. O primeiro-ministro Hassan Diab compara a destruição à de Hiroshima e de Nagasaki. A forte explosão no porto de Beirute, na tarde de terça-feira, causou já 135 mortos, cerca de cinco mil feridos e dezenas, até ver, permaneceram desaparecidos.
A agência privada norte-americana Planet Labs disponibilizou à Renascença imagens de satélite da capital do Líbano antes e logo após a explosão, imagens que demonstram a destruição total ou parcial de vários edifícios.
Hassan Diab prometeu logo na terça-feira: “Esta esta catástrofe não passará incólume”. Entretanto, os responsáveis do porto foram prisão domiciliária a número indeterminado de responsáveis do porto de Beirute enquanto decorrer a investigação que procura determinar como é que 2.750 toneladas de nitrato de amónio, um material altamente combustível, puderam estar armazenadas durante anos no local.
No entanto, e segundo noticia o “New York Times”, as autoridades libanesas já sabiam do perigo que representaria o armazenamento de milhares de toneladas de nitrato de amónio, um carregamento que chegou à cidade de Beirute a bordo de um navio cargueiro russo há já seis anos.
Sabiam, mas não agiram. Ainda segundo o periódico norte-americano, entre 2014 e 2017 as autoridades aduaneiras libanesas escreveram cartas aos tribunais pelo menos seis vezes, procurando orientação para saber como descartar aquele material altamente combustível, missivas a que as autoridades judiciárias nunca responderam.