07 ago, 2020 - 13:23 • Marta Grosso
O Brasil vai investir 1,9 mil milhões de reais (cerca de 300 mil euros) na aquisição e produção da vacina contra o novo coronavírus que está a ser desenvolvida em Oxford.
“Das várias vacinas que procurámos, esta é a mais promissora de todas e deverá estar disponível para ser aplicada em dezembro ou janeiro do ano que vem”, afirmou o ministro brasileiro da Saúde, general Eduardo Pazuello, num vídeo conjunto com o Presidente.
O anúncio é feito também por Jair Bolsonaro no Twitter.
“Esse contrato prevê a transferência de tecnologia, para se fabricar a vacina, e o equipamento para que se possa produzir as vacinas na quantidade inicial de 100 milhões de doses”, que deverá dar para vacinar logo “metade da população brasileira”, acrescenta o ministro da Saúde no vídeo.
“Se der tudo certo, ficamos livres do problema”, comenta Bolsonaro, corroborado por Eduardo Pazuello, para quem a vacina a “solução final da pandemia”.
A propósito, o Presidente brasileiro volta à hidroxicloroquina. Deixando claro que não é médico nem estudou medicina, diz que o medicamento já era conhecido para a Malária e que é muito usado na Amazónia.
Admitindo que a opção por hidroxicloroquina é polémica, reforça que “deu certo” no seu caso e no do ministro da Educação, entre outros, que tomaram o medicamento com conhecimento dos médicos e assinando um termo de responsabilidade.
“Desde que o paciente aceite a prescrição”, o Ministério da Saúde permite a administração de hidroxicloroquina, esclarece o ministro Eduardo Pazuello, adiantando que existem já orientações gerais para a toma deste fármaco e que é de evitar a automedicação.
Jair Bolsonaro intervém depois para criticar a proibição de tomar hidroxicloroquina por parte de alguns governadores. “Não pode!”, afirma. “Quem decide é o médico e ponto final”, acrescenta.
Neste vídeo, com direito a perguntas por parte de jornalistas, o ministro da Saúde responde a uma questão sobre o número de mortos por Covid-19 no país. Eduardo Pazuello explica o que tem vindo a mudar no protocolo definido para classificar um óbito como associado à doença.
“Quando não tem o diagnóstico de Covid, se a pessoa falece, será enterrado com ‘doença indeterminada’ ou ‘síndrome respiratória’. Quando não há diagnóstico que sim ou que não, pode escorregar para os dois lados”, afirma.
E, logo a seguir, Bolsonaro afirma que há menos gente a morrer com outras doenças “e isso vai sendo creditado para a Covid”. O Presidente diz que não é regra, mas afirma que, em alguns casos, os médicos classificam uma morte como Covid “e poupam uma autópsia”.
“Tem morrendo menos gente do que no ano passado e essa conta vai toda para a Covid”, conclui.
Em resumo, e depois de o ministro da Saúde reforçar a ideia de que o novo coronavírus não vai deixar de existir, de que a vacina vai ser importante, tal como tomar as devidas precauções durante o dia-a-dia, Jair Bolsonaro afirma: “lamentamos todas as mortes, já estamos a chegar às 100 mil, mas vamos tocar a vida. A vida está aí para se tocar”.