07 ago, 2020 - 11:29 • Lusa
O primeiro-ministro da Hungria, o ultranacionalista Viktor Orbán, defendeu nesta sexta-feira que se deve impedir a chegada de imigrantes ao país, porque estes são potenciais "bombas biológicas" de Covid-19.
Conhecido pelos seus discursos contra a imigração, que já no passado associou ao terrorismo e à delinquência, Orbán manifestou estas ideias na sua entrevista semanal à rádio pública Kossuth.
"Todos os imigrantes ilegais que querem entrar no país sem controlo, não só violam as leis húngaras, como também representam uma ameaça biológica. É uma frase grave por isso digo-a com cuidado", disse o primeiro-ministro.
"Quando relacionamos a imigração com o contágio, criamos a imagem de que todos os imigrantes são uma bomba biológica que nos pode contagiar. Não é assim, só alguns o são, mas não sabemos quais", argumentou.
Como não se pode saber quais dos imigrantes estão infetados, é preciso "considerar todos os imigrantes como potenciais contaminadores", acrescentou.
Admitindo que esta posição possa ser injusta, Orbán defendeu que, "do ponto de vista dos húngaros, que podem ser vítimas disso, é preciso pensar na autodefesa".
O discurso anti-imigração muçulmana e de defesa dos valores conservadores, nacionalistas e cristãos transformou Orbán numa figura de referência para a extrema-direita europeia.
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