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Covid-19. Hungria diz que migrantes são potenciais "bombas biológicas"

07 ago, 2020 - 11:29 • Lusa

“Só alguns o são, mas não sabemos quais”, diz Viktor Orbán para logo defender que é preciso "considerar todos como potenciais contaminadores". A Hungria conta 4.621 casos de infeção pelo novo coronavírus e 602 mortes associadas.

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O primeiro-ministro da Hungria, o ultranacionalista Viktor Orbán, defendeu nesta sexta-feira que se deve impedir a chegada de imigrantes ao país, porque estes são potenciais "bombas biológicas" de Covid-19.

Conhecido pelos seus discursos contra a imigração, que já no passado associou ao terrorismo e à delinquência, Orbán manifestou estas ideias na sua entrevista semanal à rádio pública Kossuth.

"Todos os imigrantes ilegais que querem entrar no país sem controlo, não só violam as leis húngaras, como também representam uma ameaça biológica. É uma frase grave por isso digo-a com cuidado", disse o primeiro-ministro.

"Quando relacionamos a imigração com o contágio, criamos a imagem de que todos os imigrantes são uma bomba biológica que nos pode contagiar. Não é assim, só alguns o são, mas não sabemos quais", argumentou.

Como não se pode saber quais dos imigrantes estão infetados, é preciso "considerar todos os imigrantes como potenciais contaminadores", acrescentou.

Admitindo que esta posição possa ser injusta, Orbán defendeu que, "do ponto de vista dos húngaros, que podem ser vítimas disso, é preciso pensar na autodefesa".

O discurso anti-imigração muçulmana e de defesa dos valores conservadores, nacionalistas e cristãos transformou Orbán numa figura de referência para a extrema-direita europeia.

Na Hungria, com quase 10 milhões de habitantes, as autoridades confirmaram 4.621 casos de infeção pelo novo coronavírus e 602 mortes associadas à doença.

A pandemia de Covid-19 já provocou mais de 712 mil mortos e infetou mais de 19 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.

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