12 ago, 2020 - 06:21 • Lusa
Pelo menos 42 pessoas ficaram feridas na terça-feira em Beirute, em confrontos entre manifestantes e a polícia do Líbano, nas proximidades do Parlamento.
Segundo a Cruz Vermelha libanesa, 10 dos feridos tiveram de ser transportados para os hospitais, tendo os restantes sido tratados no local.
Os confrontos ocorreram depois de uma concentração frente ao porto da capital libanesa, onde ocorreu a explosão de 2.750 toneladas de nitrato de amónio, no dia 4, que causou 171 mortos e mais de 6.000 feridos.
Ao protesto seguiu-se uma marcha com velas pelo centro de Beirute e, depois, os confrontos.
Alguns manifestantes atiraram pedras aos polícias que protegiam o Parlamento e os agentes responderam com gás lacrimogéneo e disparos de balas de borracha.
Governo do Líbano demitiu-se depois de vários dias(...)
Este é o quarto dia consecutivo de protestos junto ao Parlamento. Mas, desta vez, os confrontos não foram tão graves como em dias anteriores. No sábado, causaram a morte de um polícia e 250 feridos, segundo a Cruz Vermelha libanesa.
Por seu lado, a organização de defesa dos direitos humanos Amnistia Internacional denunciou na terça-feira o uso de força excessiva contra manifestantes em Beirute, revelando que "o exército libanês e as forças de segurança, assim como alguns homens não identificados vestidos à civil, balearam multidões desarmadas durante os protestos” na capital libanesa nos últimos dias.
A explosão alimentou a raiva de uma população já mobilizada desde o outono de 2019 contra os líderes libaneses, acusados de corrupção e ineficácia, e milhares vieram para as ruas para pedir contas às autoridades.
O primeiro-ministro libanês, Hassan Diab, já anunciou a demissão do seu governo, considerando que "a catástrofe que atingiu os libaneses (…) aconteceu devido à corrupção endémica na política, na administração e no Estado".