Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Comissão Europeia

Covid-19. Bruxelas recomenda quarentenas e testes em vez de encerramento de fronteiras

16 ago, 2020 - 15:48 • Lusa

Numa carta divulgada este domingo, pela agência Efe, a Comissão insiste que o encerramento das fronteiras e as restrições às viagens causam "perturbações" que devem "ser evitadas tanto quanto possível".

A+ / A-

Veja também:


A Comissão Europeia mostrou-se preocupada com as novas restrições de viagem que vários governos europeus aplicaram e defendeu a aplicação de medidas como quarentenas e testes obrigatórios aos viajantes, em vez do encerramento de fronteiras.

Numa carta datada de 7 de agosto e a que a agência Efe teve acesso este domingo, a Comissão lembra aos embaixadores dos Estados membros que, "dadas as experiências do início da pandemia", a coordenação nesta área "é fundamental" para garantir clareza e previsibilidade "para os cidadãos e as empresas”.

"A situação é agora volátil, com alguns Estados-Membros a registarem números decrescentes e outros, infelizmente, a ver um aumento dos casos. Vimos que alguns Estados-Membros decidiram manter ou reintroduzir certas restrições aos movimentos transfronteiriços, por vezes de forma bastante descoordenada ", refere-se na carta.

Entre outras mudanças nos últimos dias, a Alemanha recomendou que não fossem feitas viagens para a Espanha (exceto as Ilhas Canárias) e os Países Baixos fizeram o mesmo com dez regiões europeias, incluindo Madrid, Paris e Bruxelas.

A Comissão insiste que o encerramento das fronteiras e as restrições às viagens causam "perturbações" que devem "ser evitadas tanto quanto possível".

“Embora tenhamos que garantir que a União Europeia esteja preparada para possíveis surtos de casos de Covid-19, devemos ao mesmo tempo evitar uma segunda onda de ações descoordenadas”, insiste a carta, assinada pelos diretores-gerais de Justiça e Interior do executivo comunitário.

Na carta apela-se a que sejam "evitadas" restrições e controlos "ineficazes" e sublinha-se, em vez disso, propor medidas "proporcionais, coordenadas e com objetivos", que se baseiam em provas científicas.

Assim, em vez de uma proibição total de viagens, Bruxelas é favorável à circulação, mesmo que o viajante seja posteriormente forçado a quarentena ou a fazer um teste de PCR (exame de diagnóstico).

“As restrições à liberdade de circulação só devem ser impostas em circunstâncias excecionais, quando for claro (...) que são necessárias face ao risco para a saúde pública”, afirma a Comissão, que também pede aos governos que entrem em diálogo antes de implementar este tipo de medidas.

Quanto à base científica para justificar estas medidas, Bruxelas recomenda não só olhar para o número de novos casos nas últimas duas semanas por 100 mil habitantes, mas também ter em consideração as estratégias de teste aplicadas por cada país, incluindo o número de testes e a taxa de resultados positivos deles.

O executivo comunitário também pede que a distribuição regional dos casos seja levada em consideração e que, em qualquer caso, se continue a "permitir e facilitar" a mobilidade por motivos profissionais ou familiares e para os transportadores de mercadorias.

A pandemia da Covid-19 já provocou mais de 760 mil mortos e infetou mais de 21 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+