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Bielorrússia. Svetlana não “queria ser política” mas está pronta para ser “líder nacional”

17 ago, 2020 - 09:28 • Redação com Lusa

O presidente bielorusso recusa repetir as eleições que estão a ser contestadas nas ruas, mas admite partilhar o poder.

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A candidata presidencial da oposição bielorrussa disse estar pronta para liderar o país, a viver uma onda de protestos contra o presidente Alexander Lukashenko.

“Estou pronta para assumir as minhas responsabilidades e agir como líder nacional”, declarou num vídeo Svetlana Tikhanovskaya, refugiada na Lituânia, referindo que não “queria ser política”, mas que “o destino decretou que estaria na linha de frente diante da arbitrariedade e da injustiça”.

“Aos que acreditaram em mim, que me deram força, hoje admiro a cada minuto a vossa coragem e a vossa auto-organização, que demonstram como são fortes e brilhantes”, acrescentou.

Svetlana Tikhanovskaya disse querer “sair deste círculo sem fim” em que o país se encontra “há 26 anos", quando Alexander Lukashenko assumiu o poder.

A candidata, de 37 anos, divulgou este vídeo um dia após um dos maiores comícios da oposição na história da Bielorrússia, que reuniu dezenas de milhares de pessoas, em Minsk, para exigir a saída do líder do governo.

Tikhanovskaïa, que assumiu o lugar do seu marido preso, denunciou uma fraude maciça durante a votação de 9 de agosto, após a qual ganhou oficialmente 10% dos votos contra 80% para o chefe de Estado.

Lukashenko admite partilhar o poder


O presidente bielorusso recusa repetir as eleições que estão a ser contestadas nas ruas. Alexander Lukashenko disse esta segunda-feira, em declarações à agência Belta, que não devem esperar nada dele, sobre pressão, mas está disponível a partilhar o poder.

Mas no dia em a líder da oposição - que está exilada - pede novas eleições presidenciais, Lukashenko admite fazer alterações à constituição.

Apoiado por Vladimir Putin, o presidente bielorusso diz estar já a trabalhar na redistribuição de poderes.

Desde há uma semana que a Bielorrússia é palco de uma onda de protestos contra a reeleição do Presidente, que muitos, incluindo a União Europeia, consideram fraudulenta.

Tikhanovskaya alegou vitória na eleição presidencial em 9 de agosto e pediu ao presidente Alexander Lukashenko que renunciasse. Durante a semana, refugiou-se na Lituânia, de onde lançou um apelo para a realização de "massivas manifestações pacíficas" em todo o país durante o fim de semana.

Mais de 6.700 pessoas foram presas desde as eleições durante ações de protesto e centenas dos já libertados relataram cenas de tortura sofridas na prisão.

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, convocou uma reunião de emergência para a próxima quarta-feira, às 12h00, por videoconferência. “O povo da Bielorrússia tem o direito a decidir sobre o futuro e eleger livremente o seu líder. A violência contra manifestantes é inaceitável e não pode ser permitida”, escreveu no Twitter.

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