19 ago, 2020 - 17:00 • Reuters
A União Europeia realizou esta quarta-feira uma cimeira de emergência devido à crise Bielorrússia, rejeitando a reeleição de Lukashenko na eleição do passado dia 9 de agosto. Ursula von der Leyen anunciou sanções financeiras contra os indivíduos responsáveis pela fraude eleitoral e supressão violenta dos protestos.
"A mensagem é muito clara. Parem com a violência", disse Charles Michel, o presidente da cimeira da UE. A chefe da comissão da UE, Ursula von der Leyen, revelou que a lista dos indivíduos que iriam sofrer sanções seria preparada rapidamente.
"Trata-se do povo bielorrusso e de seu direito legítimo de determinar o futuro de seu país", disse. "A União Europeia está ao lado do povo bielorrusso."
A UE quer evitar uma repetição da violência na vizinha Ucrânia, onde um líder pró-Moscovo foi deposto numa revolta popular há seis anos.
Lukashenko, que enfrenta a maior crise de seus 26 anos de Governo, tem vindo a acusar, nos últimos dias, outras nações estarem a financiar e na origem dos protestos.
"Não devia existir revolta de qualquer tipo em Minsk", disse Lukashenko, em declarações à agência de notícias estatal Belta. "As pessoas estão cansadas. As pessoas exigem paz e sossego." Nos últimos dias, Lukashenko ordenou que os controlos de fronteira fossem reforçados para evitar um influxo de "agentes e armas".
No domingo, a polícia manteve-se discreta durante uma grande manifestação em Minsk. Só que, entretanto, os protestos espalharam-se por algumas das principais zonas industriais da Bielorrússia Já esta quarta-feira, a polícia dispersou uma manifestação e deteve duas pessoas na fábrica da Minsk Tractor Works (MTZ).
A polícia também assumiu o controle do principal teatro em Minsk. Este espaço tornou-se um foco de protestos quando seu diretor, um ex-diplomata bielorrusso, foi demitido depois de se pronunciar a favor dos comícios da oposição.
"Para nós, é claro que a Bielorrússia deve encontrar seu próprio caminho, mas isso deve acontecer por meio do diálogo no país e não deve haver nenhuma intervenção de fora", disse Angela Merkel, também hoje. A chanceler alemã sublinhou quenão vê nenhum papel para si mesma como mediadora na crise e contou que tentou telefonar a Lukashenko. "Ele recusou-se a falar comigo, o que lamento", disse.