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UE quer evitar que Bielorrússia se torne "uma segunda Ucrânia"

23 ago, 2020 - 10:26 • Redação

Alto Representante da União Europeia para a Política Externa diz que o problema da Bielorrússia é conseguir a liberdade e a democracia e compara Lukashenko a Nicolás Maduro.

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A União Europeia não tem intenção de transformar a Bielorrússia numa segunda Ucrânia.

A garantia é dada pelo Alto Representante da União Europeia para a Política Externa, Josep Borrel. Em entrevista ao El Pais, Borrel diz que o problema da Bielorrússia é conseguir a liberdade e a democracia.

O espanhol recusa que o país viva uma situação idêntica à da Ucrânia e lembra que é necessária uma reforma política no país. "O caso da Bielorrússia não é comparável ao da Ucrânia, que teve uma dimensão geopolítica. Os bielorrussos apenas exigem um regime de liberdade e direitos civis. Não há bandeiras europeias nas manifestações", garante o espanhol, reiterando que a "UE também não tem intenção de transformar a Bielorrússia numa segunda Ucrânia".

"Não reconhecemos Lukashenko como um presidente legítimo"

"Temos que promover a reforma política, mas evitar parecer um fator de distorção, que é como podemos ser vistos do lado russo. Essa tensão entre a Europa e a Rússia terminou em tiroteios, com violência e com uma desintegração do território ucraniano que perdura. O problema dos bielorrussos hoje não é escolher entre a Rússia e a Europa, mas sim conseguir a liberdade e a democracia, que são valores básicos da União Europeia e que, por conseguinte, apoiaremos", salienta.

Na mesma entrevista, Borrel assegura que a Europa está em contacto com a Rússia sobre este assunto para "evitar mal entendidos". Ainda compara o atual presidente da Bielorrússia, Aleksandr Lukashenko, ao venezuelano Nicolás Maduro, garantindo que a Europa não o reconhece "como um presidente legítimo".

"Não o reconhecemos como um presidente legítimo, nem reconhecemos Nicolás Maduro. Deste ponto de vista, Maduro e Lukashenko estão exatamente na mesma situação. Não reconhecemos que tenham sido escolhidos legitimamente. Mas, quer queiramos quer não, eles governam e temos de continuar a lidar com eles", refere.

Ainda no campo das comparações, Borrel compara o relacionamento da União Europeia com a Rússia ao comportamento diplomático da UE com a China. "É um poliedro com muitas faces", salienta.

Cordão humano na Lituânia em solidariedade com a Bielorrúsia

Um cordão humano vai ser formado este domingo desde a capital da Lituânia até à fronteira com a Bielorrússia, em solidariedade com os bielorrussos que tentam forçar a saída do Presidente desde a sua contestada reeleição a 09 de agosto.
O Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, tem enfrentado manifestações diárias e um movimento de greve convocado pela oposição, desde que foram anunciados os resultados que lhe atribuíram 80% dos votos, contra 10% de Svetlana Tikhanovskaia, a principal opositora, que está refugiada na Lituânia, país que acolhe muitos bielorrussos no exílio.
A oposição bielorrussa denunciou a eleição presidencial como fraudulenta e milhares de bielorrussos saíram às ruas por todo o país para exigir o afastamento de Lukashenko, o que gerou uma violenta repreensão pelas forças de segurança, com quase 7.000 pessoas detidas, dezenas de feridos e três mortos.
Um dos maiores protestos da oposição na história da Bielorrússia realizou-se há uma semana, com várias dezenas de milhares de pessoas reunidas em Minsk para exigir a saída do chefe de Estado, mas o Presidente já rejeitou a possibilidade de realizar novas eleições presidenciais.
Comentários
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  • Cidadao
    23 ago, 2020 Lisboa 18:28
    Então movimentem tropas para a fronteira pois já se percebeu que o Putin se ri desses "cordões humanos de solidariedade" e só respeita o ruído de milhares de motores de carros de combate a concentrarem-se perto da fronteira

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