25 ago, 2020 - 11:52 • Redação com agências
Uma equipa de cientistas holandeses e belgas confirmaram, esta terça-feira, a identificação de um caso de reinfecção por Coivd-19, em cada um dos países.
A notícia é avançada um dia depois de um grupo de investigadores da Universidade de Hong Kong reportar o primeiro caso de um homem que voltou a contrair a doença, meses após a infeção inicial.
O caso identificado na Holanda trata-se de um idoso com um sistema imunológico “deteriorado”. A informação foi partilhada pela virologista Marion Koopmans, em declarações à televisão holandesa NOS.
A especialista não quis detalhar os sintomas do paciente com reinfeção na Holanda porque, avisa, "precisamos ver se ocorre com mais frequência", embora reconheça que os casos de reinfecção agora conhecidos "vão de encontro às expectativas científicas", só ainda não existiam evidências que o comprovassem.
“As infecções respiratórias podem ocorrer duas ou mais vezes. Sabemos que uma pessoa não está protegida para o resto da vida se tiver sido infectada uma vez e é isso que esperamos da Covid-19”, explica a investigadora.
Homem de 33 anos contraiu uma estirpe diferente do(...)
Na Bélgica, por sua vez, o virologista Marc Van Ranst confirmou que uma cidadã belga, que já tinha vencido o coronavírus, teve uma recaída da doença três meses após a primeira infecção.
“Esta é uma mulher que sofreu uma segunda recaída três meses após a primeira infecção. Fomos capazes de examinar geneticamente o vírus em ambos os casos e temos dados suficientes para determinar que se trata de outra linhagem", explicou.
Para confirmar um caso de reinfeção num paciente, os cientistas devem ser capazes de demonstrar que os códigos de RNA no primeiro e no segundo contágio são diferentes entre si e esse parece ser o caso dos pacientes em Hong Kong, Holanda e Bélgica.
A questão que agora se coloca é quanto tempo dura, em média, a imunidade ao vírus. As primeiras evidências indicam que pacientes com sintomas mais graves têm mais anticorpos do que pessoas com sintomatologia leve, embora "o facto de alguém ter acumulado anticorpos não signifique que fique imune ”, alerta a virologista holandesa.