31 ago, 2020 - 18:53
A Grécia vai reforçar a vigilância da fronteira terrestre com a Turquia e construir uma nova cerca para evitar a passagem de migrantes, anunciou esta segunda-feira o Governo, num momento em que as relações bilaterais pioram a cada dia.
O ministro grego de Proteção ao Cidadão, Mijalis Jrisojoidis, apresentou hoje os planos para a construção da cerca, que deve estar pronta num período máximo de oito meses.
A nova cerca, com cerca de 30 quilómetros de cumprimento e cinco metros de altura, vai ser instalada na parte sul da fronteira terrestre com a Turquia.
Na parte superior, vai estar equipada com placas de metal de 1,25 metros de altura e coroada com arame farpado.
Com esses reforços, o Governo do conservador Kyriakos Mitsotakis pretende proteger a fronteira contra qualquer tentativa de travessia ilegal.
Além disso, a cerca existente de 12,5 quilómetros, construída em 2012 e localizada na parte norte da fronteira terrestre entre os dois países, vai ser reparada.
O plano prevê ainda a construção de várias torres de observação com o objetivo de monitorizar os movimentos de migrantes na Turquia.
A maior parte da fronteira terrestre entre os dois países é delimitada pelo rio Evros (também designado Marista), cuja travessia é muito perigosa, principalmente no inverno.
Com a construção da nova cerca e o arranjo da antiga, a Grécia espera tornar muito difícil para os migrantes cruzarem as fronteiras com a Turquia.
No final de fevereiro, o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, anunciou a abertura de fronteiras do seu país com a União Europeia e convidou dezenas de milhares de refugiados e migrantes e irem para a Europa através da fronteira greco-turca.
Durante cerca de 20 dias, e no meio de uma guerra verbal entre os dois países, dezenas de milhares de migrantes entraram em confrontos com a polícia e o Exército grego, que os repeliram com uso de gás lacrimogéneo e armas de fogo.
De acordo com Jrisojoidis, entre 28 de fevereiro e 28 de março, 59 mil pessoas foram impedidas de entrar ilegalmente na Grécia. Os confrontos resultaram na morte de dois migrantes, enquanto centenas ficaram feridos.