02 set, 2020 - 17:55 • Lusa
Veja também:
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou esta quarta-feira a utilização de corticosteroides sistémicos no tratamento da Covid-19, mas apenas para casos graves e críticos.
O novo guia para médicos sobre o uso de corticosteroides em doentes com Covid-19, que foi hoje publicado, sublinha que estes fármacos não devem ser utilizados para tratar pacientes que não estejam em estado grave.
Segundo o documento, a utilização nos pacientes graves e críticos é recomendada independentemente de os doentes estarem hospitalizados.
Por outro lado, a decisão de não recomendar o uso de corticosteroides em doentes que não estejam em estado grave é justificada pela existência de evidência científica, ainda que com baixos níveis de certeza, que aponta para um potencial aumento da mortalidade entre estes doentes.
Os corticosteroides estão incluídos na lista de medicamentos essenciais da OMS, disponíveis em todo o mundo a um baixo custo.
O guia foi desenvolvido em colaboração com a fundação não-governamental MAGIC, que prestou apoio metodológico no desenvolvimento e divulgação do guia para o tratamento farmacológico da Covid-19.
O documento começou a ser preparado no final de junho, quando foi publicado um relatório preliminar do ensaio RECOVERY sobre o impacto dos corticosteroides.
Além destes resultados, a OMS desenvolveu, em conjunto com os investigadores, uma meta-análise de outros sete ensaios sobre o medicamento para conduzir uma meta, com objetivo de fornecer evidências adicionais.
A pandemia do coronavírus que provoca a Covid-19 já provocou pelo menos 857.824 mortos e infetou mais de 25,8 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 1.827 pessoas das 58.633 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.