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Família de herói no genocídio de Ruanda acusa governo de rapto

01 set, 2020 - 17:00 • Redação com agências

Paul Rusesabagina salvou mais de mil pessoas do genocídio no Hotel des Mille Collines, em Kigali, e é acusado de cometer atos terroristas contra o Governo Ruandês.

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Paul Rusesabagina, ruandês da etnia hutu, foi detido, esta segunda-feira, na capital de Ruanda, Kigali, acusado de terrorismo. A família do herói que salvou 1.268 tutsis e hútus, em 1994, alega que as autoridades de Kigali o raptaram.

“Acreditamos que ele foi raptado. Está a ser detido pelo governo de Paul Kagame por falsas acusações”, lê-se na página de Facebook da filha, Carine Kanimba.

No mesmo "post", a filha de Rusesabagina sublinha que “ninguém da família falou com ele, até agora” demonstrando-se “extremamente preocupados com o seu bem-estar”.

A história de Paul Rusesabagina e de como foi um “herói” no genocídio de 1994 está retratada no filme “Hotel Ruanda”, de 2004. Com o passar dos anos, o empresário do Hotel des Mille Coliines começou a defender ideais contra a política local, passando a ser visto pelo Governo de Ruanda como “traidor”.

“Acredito que o meu pai tenha sido raptado. Ele nunca voltaria a Ruanda de livre vontade”, diz outra filha, Anaise, em declarações à BBC, sobre o pai que estava exilado na Béligica. A filha adiantou, ainda, que a última vez que souberam do pai foi na quinta-feira, através de uma chamada telefónica a partir do Dubai.

Os conflitos políticos entre Rusesabagina e Kagame escalaram em 2018, quando o hutu publicou um vídeo a denunciar Kagame. Nesse vídeo o ruandês identificava-se como o presidente do Movimento Ruandês para a Mudança Democrática e as Forças de Libertação Nacional que estava ligado a ataques em Ruanda.

“Chegou a hora de usarmos tudo o que temos para fazer a diferença em Ruanda visto que todos os meios políticos já foram tentados. Ruanda precisa de mudar”, disse Rusebagina.

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