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Líbano

Exército libanês descobre mais de quatro toneladas de nitrato de amónio no porto de Beirute

03 set, 2020 - 19:09 • Lusa

Após as explosões que abalaram Beirute há um mês, provocando mais de 190 mortos, seis mil feridos e 300 mil deslocados, já foram feitas descobertas semelhantes no porto de Beirute.

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O Exército libanês descobriu esta quinta-feira mais de quatro toneladas de nitrato de amónio junto ao porto de Beirute, capital do Líbano, um mês depois das explosões ocorridas naquela zona que mataram pelo menos 191 pessoas e provocaram 300 mil deslocados.

De acordo com fontes militares, peritos do Exército foram chamados para realizar uma inspeção e acabaram por encontrar 4,35 toneladas deste perigoso fertilizante em quatro contentores armazenados numa zona próxima ao porto de Beirute.

Não foram revelados pormenores sobre a origem desta substância química ou sobre o respetivo proprietário.

Esta descoberta é feita precisamente um dia antes de se assinalar um mês após a tragédia do dia 4 de agosto, quando 2.750 toneladas de nitrato de amónio explodiram no porto de Beirute, causando pelo menos 191 mortos, quase 6 mil feridos e perto de 300 mil desalojados.

As explosões de 4 de agosto deixaram um rasto de destruição na capital libanesa, provocando danos estimados em milhares de milhões de dólares.

A “devastação” em Beirute vista por Farah. “Queremos sair do país. Não confiamos as nossas almas ao governo”
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Num comunicado, o Exército libanês indicou que os peritos estavam “a lidar com o material” potencialmente perigoso, numa aparente referência de que estaria a ser destruído e neutralizado.

Após as trágicas explosões de há um mês, houve outras descobertas deste tipo.

Em 24 de agosto, o Exército libanês indicou que tinham sido detetados 79 contentores com material potencialmente perigoso, que estavam armazenados ilegalmente no porto de Beirute.

“Entre 14 e 22 de agosto de 2020, foram detetados 25 contentores com ácido clorídrico e outros 54 com materiais que, se houvesse uma fuga, poderiam representar um perigo", asseguraram, na altura, as forças militares libanesas.

Segundo indicaram também os militares, estas operações foram realizadas em conjunto com uma equipa de especialistas franceses que chegaram à capital do Líbano poucos dias depois das explosões.

A par dos peritos franceses, elementos da polícia federal norte-americana (FBI) também estão a participar na investigação às explosões de 04 de agosto, a pedido das autoridades libanesas.

Os resultados desta investigação ainda não foram divulgados.

Até agora, as autoridades detiveram um total de 25 pessoas, a maioria das quais são funcionários portuários e aduaneiros.

Entretanto, e após um mês das explosões, equipas de resgate procuravam hoje um possível sobrevivente debaixo dos escombros num dos bairros de Beirute que ficou devastado, depois de um ‘scanner’ térmico ter detetado batimentos cardíacos, segundo anunciou o governador da capital libanesa, Marwan Abboud.

O governador de Beirute relatou que o primeiro alerta foi dado por um cão pisteiro de uma equipa de resgate chilena destacada na capital libanesa.

Os ‘scanners’ térmicos captaram sinais no local, indicando a existência de um ou dois corpos debaixo dos escombros, de acordo com o representante.

“Esperamos que alguém saia de lá vivo”, disse o governador.

Sete pessoas continuam desaparecidas após as explosões, de acordo com o Exército libanês.

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