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Bielorrússia. UE condena “raptos politicamente motivados” de opositores a Lukashenko

07 set, 2020 - 16:54 • Lusa

Críticas surgem após rapto de Kolesnikova, uma das principais figuras da oposição na Bielorrússia e uma das poucas que escolheram não se exilar no estrangeiro, que terá sido levada de Minsk por homens desconhecidos.

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O chefe da diplomacia da União Europeia (UE) classificou esta segunda-feira de “inaceitáveis” os “raptos por motivos políticos” de opositores na Bielorrússia, exigindo que as autoridades respeitem as leis nacionais e internacionais.

“As detenções arbitrárias e raptos por motivos políticos na Bielorrússia, incluindo as ações brutais desta manhã contra Andrei Yahorau, Irina Sukhiy e Maria Kolesnikova, são inaceitáveis”, vinca o Alto Representante da UE para a política externa, Josep Borrell, numa publicação feita na rede social Twitter.

Reagindo às notícias de que opositores políticos do Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, estão a ser levados por desconhecidos em Minsk, Josep Borrell defende que “as autoridades estatais têm de parar de intimidar os cidadãos e de violar as suas próprias leis e obrigações internacionais”.

Uma dirigente da oposição na Bielorrússia poderá ter sido hoje detida, anunciou o portal bielorrusso Tut.by, citando testemunhas que dizem ter visto desconhecidos a levar Maria Kolesnikova numa carrinha, em Minsk.

“Na manhã do dia 07 de setembro, próximo do Museu Nacional de Arte, desconhecidos colocaram Kolesnikova numa carrinha na qual estava escrita a palavra ‘Sviaz’ (Comunicações) e levaram-na para um local desconhecido”, refere o portal.

Kolesnikova, membro do Conselho de Coordenação para a transferência pacífica do poder na Bielorrússia, é uma das principais figuras da oposição bielorrussa no país e uma das poucas que escolheram não se exilar no estrangeiro.

“Recebemos informação de que Maria [Kolesnikova] foi provavelmente detida no centro de Minsk”, afirmou à agência de notícias russa Interfax o membro do Conselho de Coordenação Pavel Latushko, acrescentando que também não consegue contactar outros ativistas do organismo.

“Não conseguimos comunicar com Anton Rodnenkov nem com Ivan Kravtsov. Não sabemos onde estão nem o que lhes aconteceu”, disse Latushko.

“A única coisa que podemos supor é que as autoridades farão tudo o que puderem para impedir o trabalho do Conselho”, adiantou.

A Polícia de Minsk negou que Kolesnikova tenha sido detida por agentes da corporação.

Kolesnikova, música de profissão, é a única das três mulheres que enfrentaram o Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, na campanha para as presidenciais que continua em Minsk, já que a líder da oposição, Svetlana Tikhanovskaya, e Veronika Tsepkalo partiram para o exílio depois das eleições de 09 de agosto.

A Bielorrússia tem sido palco de várias manifestações desde 09 de agosto, quando Alexander Lukashenko conquistou um sexto mandato presidencial com 80% dos votos, eleições consideradas fraudulentas pela oposição.

Lukashenko, de 66 anos e que há 26 lidera a ex-república soviética de 9,5 milhões de habitantes, tem acusado os manifestantes de serem “marionetas” do Ocidente.

Nos primeiros dias de protestos, a polícia deteve cerca de 7.000 pessoas e reprimiu centenas de forma musculada, suscitando protestos internacionais e ameaça de sanções.

Os Estados Unidos, a União Europeia e diversos países vizinhos da Bielorrússia rejeitaram a recente vitória eleitoral de Lukashenko e condenaram a repressão policial, exortando Minsk a estabelecer um diálogo com a oposição.

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