10 set, 2020 - 10:40 • Olímpia Mairos
A vacina contra a Covid-19 ainda não existe, mas a International Air Transport Association (IATA) já está a trabalhar com companhias aéreas, aeroportos, organismos de saúde e empresas farmacêuticas para a elaboração de um plano de transporte aéreo global. A estimativa é que para efetuar a entrega em todo o mundo sejam necessários oito mil Boeings 747.
“Distribuir vacinas Covid-19 com segurança será a missão do século para a indústria global de transporte aéreo. Mas não acontecerá sem um planeamento prévio cuidadoso. E este é o momento,” disse à BBC o presidente executivo da IATA, Alexandre de Juniac.
O programa de distribuição assume que apenas é necessária uma dose por pessoa.
De acordo com IATA, citada pela BBC, nem todos os aviões são adequados para entregar vacinas, pois precisam de temperatura entre 2.º e 8.° C para o transporte de medicamentos e algumas vacinas podem exigir temperaturas negativas, o que exclui algumas aeronaves.
Distribuir uma vacina em toda a África seria "impossível” agora, segundo a IATA, dada a falta de capacidade de carga, o tamanho da região e as complexidades das travessias de fronteira.
O transporte exigirá "precisão quase militar” e instalações refrigeradas em uma rede de locais onde a vacina será armazenada.
A IATA apela aos governos que iniciem já um planeamento cuidadoso, de modo a garantir que estejam completamente preparados, assim que as vacinas forem aprovadas e estiverem disponíveis para distribuição.
A pandemia de Covid-19 já provocou mais de 900 mil mortos e infetou mais de 27,7 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo o último balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.