10 set, 2020 - 11:45 • Lusa
O Ministro das Migrações grego prometeu que ainda hoje serão tomadas "as ações necessárias" para que os grupos vulneráveis que ficaram desabrigados após o incêndio no campo de migrantes de Moria, em Lesbos, tenham onde dormir. Estimativas apontam para que 80% do recinto interno tenha sido destruído.
“Durante o dia, serão realizadas todas as ações necessárias para o alojamento imediato dos vulneráveis e suas famílias, em espaços especialmente concebidos”, afirmou o ministério num comunicado.
Em declarações à rádio privada Skai, Notis Mitarakis disse que estas pessoas irão dormir ou num dos três navios que estão a ser preparados para os receber ou em tendas trazidas de outras ilhas.
Um porta-voz da Marinha grega, no entanto, disse à agência de notícias EFE que no momento os dois navios militares designados para tal tarefa ainda estão no porto de Rafina, no continente, esperando ordem de zarpar para Lesbos.
A terceira embarcação, um ‘ferry’ comercial, já está ancorado em Sigri, no noroeste de Lesbos, esperando que os refugiados sejam transferidos do campo de migrantes de Moria para aquela localidade.
Grécia
Chamas desabrigaram 13 mil refugiados. Fabiana Far(...)
A experiência mostra que, após os navios aportarem, o processo de embarque é longo.
Após o incêndio na noite de terça-feira no campo de migrantes de Moria, novas frentes de fogo foram desencadeadas na tarde de quarta-feira, destruindo quase tudo o que restou no local.
Milhares de refugiados ficaram expostos na madrugada ao mau tempo que se fez sentir na Grécia, à espera de transferência das instalações destruídas pelo incêndio.
Muitas famílias pernoitaram nas estradas que rodeiam o campo, com mais de 13 mil pessoas.
De acordo com a imprensa local, as forças policiais delimitaram com cordas o perímetro exterior do campo para evitar que os refugiados se deslocassem para a cidade de Mitilene, tendo utilizado granadas de gás lacrimogéneo para travar as tentativas de fuga.
De acordo com informações do Governo de Atenas, o grande incêndio destruiu 80% do recinto interno do campo de Moria, tendo 3.500 pessoas ficado desalojadas, sendo que as restantes já viviam em tendas num olival.
O centro de acolhimento encontrava-se sob quarentena depois de terem sido detetados 35 casos de contaminação de Covid-19.
O incêndio começou depois de os contágios terem sido anunciados pelas autoridades.
O Governo acredita que o fogo foi provocado.