21 set, 2020 - 16:53 • Redação com Lusa
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O Reino Unido poderá registar 200 mortes por dia em novembro se a pandemia de Covid-19 continuar a avançar ao ritmo atual naquele país, avisou esta segunda-feira o principal assessor científico do Governo britânico, Patrick Vallance.
Numa declaração pública transmitida na televisão, Vallance disse que o número de infeções está a duplicar a cada sete dias e que, a este ritmo, em meados de outubro o Reino Unido poderá ter 50 mil novos casos de contágio por dia.
No domingo, o Reino Unido anunciou ter registado mais 3.899 novas infeções e 18 mortes por Covid-19 nas 24 horas anteriores, isto depois de no sábado ter contabilizado 4.422 novos casos, o número mais alto desde maio.
“Cinquenta mil casos por dia levariam, um mês mais tarde, em novembro, a cerca de 200 mortes por dia”, avisou Vallance, alertando que esta não é uma previsão de como a situação vai evoluir, mas "pretende mostrar a rapidez com que pode evoluir se a duplicação continuar”.
“Já existem medidas em vigor que devem desacelerar e garantir que não entremos nesse crescimento exponencial e acabemos com os problemas que se podem prever como consequência. Mas requer rapidez, requer ação e requer [medidas] suficientes para ser capaz de reduzir [os números]”, vincou.
O país registou domingo mais 3.899 novas infeções (...)
O diretor geral de Saúde, Chris Whitty, que também interveio na declaração feita para a televisão, disse que o Governo está a tentar avaliar a melhor maneira de "controlar a propagação do vírus antes de um período de inverno muito difícil”.
Entretanto, foi avançado que amanhã, terça-feira, o primeiro-ministro, Boris Johnson, vai fazer uma declaração oficial sobre a pandemia de Covid-19 no Parlamento, após uma reunião de emergência do gabinete de crise.
A reunião da Comissão para as Contingências Civis, conhecida por COBRA e responsável por determinar medidas para situações de emergência nacional, é a primeira desde 10 de maio.
O líder da oposição, o trabalhista Keir Starmer, a primeira-ministra escocesa, Nicola Sturgeon, e o presidente da Câmara Municipal de Londres, Sadiq Khan, têm defendido nos últimos dias uma reunião do COBRA, que junta membros do Governo com dirigentes de serviços de emergência ou outros organismos públicos.
Entretanto, um porta-voz de Boris Johnson disse que o primeiro-ministro britânico vai falar individualmente esta tarde com os chefes dos governos autónomos da Escócia, Nicola Sturgeon, do País de Gales, Mark Drakeford, e da Irlanda do Norte, Arlene Foster, esta acompanhada pela número dois, Michelle O’Neill.
A imprensa britânica tem especulado sobre um potencial anúncio de novas medidas nos próximos dias pelo primeiro-ministro britânico, Boris Johnson.
Além de ter proibido ajuntamentos de mais de seis pessoas e imposto restrições adicionais em regiões do norte e centro de Inglaterra devido a surtos localizados, ontem o Governo britânico anunciou novas sanções para quem não respeitar as regras.
Ministro britânico diz que “não se pode descartar (...)
As pessoas que testem positivo ou apresentem sintomas de Covid-19 devem auto-isolar-se durante 14 dias, senão podem ser penalizadas com multas de ebmil libras (1.090 euros) e 10 mil libras (11 mil euros), no caso de reincidência.
Para encorajar o cumprimento das regras, as pessoas com rendimentos baixos poderão receber uma ajuda de 500 libras (545 euros), caso não tenham a possibilidade de recorrerem ao teletrabalho no período de quarentena.
O Reino Unido é o país com o maior número de mortos na Europa e o quinto a nível mundial, atrás dos EUA, Brasil, Índia e México.
Desde o início da pandemia de Covid-19, o Reino Unido contabilizou 41.777 óbitos e 394.257 de casos de contágio confirmados.
A pandemia de Covid-19 já provocou pelo menos 957.948 mortos e mais de 30,8 milhões de casos de infeção em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 1.912 pessoas dos 68.577 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.