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Crise na Bielorrússia. UE quer acelerar sanções apesar da resistência de Chipre

09 set, 2020 - 20:40 • Lusa

Conselho Europeu elaborou lista de 40 nomes bielorrussos contra os quais devem ser impostas proibições de entrada e congelamento de contas na UE. Nicósia diz que ainda não pode concordar com as sanções.

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O Presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, pediu esta quarta-feira aos 27 Estados-membros da União Europeia para acelerarem a adoção de sanções contra a Bielorrússia, apesar da tentativa de bloqueio dos cipriotas.

Chipre procurou bloquear a adoção de novas sanções da UE contra a Bielorrússia, exigindo que medidas comparáveis sejam tomadas contra a Turquia, na crise do Mediterrâneo oriental.

Os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia deram luz verde, em agosto, a sanções contra os responsáveis pela repressão ao movimento de protesto contra o Presidente Alexander Lukashenko, na Bielorrússia.

O Conselho Europeu elaborou mesmo uma lista de nomes contra os quais devem ser impostas proibições de entrada e congelamento de contas, que, segundo fontes diplomáticas, contém cerca de 40 nomes.

Mas Chipre indicou, numa reunião hoje realizada, que ainda não pode concordar com as sanções contra a Bielorrússia, o que bloqueia a adoção de tais medidas, que exigem unanimidade.

Ainda assim, o presidente do Conselho Europeu considera que as sanções devem ser aplicadas e desafia mesmo os Estados-membros a acelerarem o processo da sua aplicação, invocando a urgência da situação na Bielorrússia.

O presidente do Conselho Europeu condenou a “perseguição política” na Bielorrússia, após a detenção de vários membros da oposição ao Presidente Lukashenko.

“A perseguição política na Bielorrússia, incluindo as detenções por motivos políticos e exílio forçado, deve parar”, vinca Charles Michel numa mensagem publicada na rede social Twitter.

Aludindo às detenções dos últimos dias, o responsável vinca que “as autoridades bielorrussas devem libertar os presos políticos e deixar os cidadãos exercer o seu direito à liberdade de expressão e de reunião”.

A polícia bielorrussa tem detido dezenas de milhares de pessoas, algumas das quais se queixaram depois de tortura, suscitando protestos internacionais e ameaça de sanções.

Entre as detenções estão opositores políticos, como a adversária Maria Kolesnikova, que foi levada à força na noite de segunda-feira na fronteira entre a Bielorrússia e a Ucrânia.

Desde 09 de agosto que a Bielorrússia tem sido palco de várias manifestações, quando Alexander Lukashenko conquistou um sexto mandato presidencial com 80% dos votos, eleições consideradas fraudulentas pela oposição.

Lukashenko, de 66 anos e que há 26 lidera a ex-república soviética de 9,5 milhões de habitantes, tem acusado os manifestantes de serem “marionetas” do Ocidente.

Os Estados Unidos, a União Europeia e diversos países vizinhos da Bielorrússia rejeitaram a recente vitória eleitoral de Lukashenko e condenaram a repressão policial, exortando Minsk a estabelecer um diálogo com a oposição.

A resistência de Chipre à aplicação de sanções prende-se com a exigência de que a União Europeia aplique idênticas sanções à Turquia, pela forma como está a procurar explorar energia em território marítimo do Mediterrâneo oriental, violando leis internacionais.

Grécia e Chipre estão na linha de frente deste conflito contra a Turquia, que reivindica o direito de explorar depósitos de hidrocarbonetos numa área marítima que Atenas considera estar sob a sua soberania.

As sanções contra a Bielorrússia serão discutidas na próxima reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros europeus, em 21 de setembro.

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