21 set, 2020 - 20:50 • Lusa
A escassez e o abastecimento descontínuo de água afeta a população das 10 principais cidades da Venezuela, obrigando a recorrer a alternativas conseguir este bem essencial, segundo um relatório divulgado esta segunda-feira por uma ONG venezuelana.
O relatório do Observatório Venezuelano dos Serviços Públicos (OVSP) indica que 86,8% da cidade de Punto Fijo cataloga negativamente o serviço de abastecimento de água aos lares venezuelanos, seguindo-se Maracay (75,3%), Ciudad Bolívar (75,1%), Porlamar (74,8%) e Valência (74,1%).
O serviço é tido como negativo também nas cidades de Caracas (66,1%), Barquisimeto (61,5%), San Cristóbal (57,2%), Barinas (57,2%) e Barcelona (50,2%).
O relatório foi divulgado quando a imprensa local dá conta de que há regiões do país que estão até há mais de 45 dias sem receber água nas canalizações e até três semanas em urbanizações de Caracas como La Candelária (centro).
A ONG refere que “86,4% dos entrevistados ??disseram ter falhas no serviço de água que recebem em casa. Para 56,7% o armazenamento é a principal alternativa, seguido pelo pagamento de camiões-cisterna (18,5%). Para 12,0% a solução é transportá-la de outras localidades e 10,5% opta por comprar água mineral”.
Segundo o relatório, entre abril e maio de 2020, “constatou-se que 91,7% dos domicílios consultados (naquelas cidades) indicaram ter acesso formal ao sistema de aqueduto local” mas “31,0% dos residentes de Punto Fijo e 28,5% dos residentes de Ciudad Bolívar indicaram que não recebem o serviço com nenhuma frequência”.
Quanto aos locais onde recorrem para obter o serviço, 31,6% vão à casa de um amigo ou vizinho, 27,4% em poços, riachos ou rios, 12,2% em casa de um familiar, 9,4% a canos quebrados ou na rua, 7,0% a nascentes, 5,9% de canos ou jatos públicos, 4,7% à sede da companhia municipal de água, e 1,6% ao escritório ou lugar de trabalho.