29 set, 2020 - 21:18 • Lusa
Um terço da produção alimentar mundial é desperdiçada todos os anos e é contra este subaproveitamento que nasceu esta terça-feira o movimento “Unidos contra o Desperdício”, uma iniciativa da sociedade civil portuguesa no combate ao desperdício alimentar.
Em comunicado, o movimento apresenta-se como “cívico e nacional, congregador e agregador, que une a sociedade num combate ativo e positivo ao desperdício alimentar”, no mesmo dia que as Nações Unidas decretaram como Dia Internacional da Consciencialização sobre Perdas e Desperdício Alimentar, contando, por isso, com o apoio do secretário-geral, António Guterres, mas também do presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
“A realidade do desperdício é um contrassenso do ponto de vista económico, ambiental e social e tem merecido a atenção de muitos agentes de vários setores que agora se reúnem para, de forma ativa, chamar a atenção para uma questão que só poderá ser minorada com a vontade de todos”, defende.
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Segundo os dados recolhidos por este movimento, “o desperdício de alimentos é responsável pela emissão de gases de efeito de estufa equivalente à rede global dos transportes terrestres, contribuindo para o aquecimento global”.
“Se este desperdício fosse aproveitado, seria suficiente para alimentar dois mil milhões de pessoas. Daria para dar de comer duas vezes a todos aqueles e aquelas que passam fome em todo o mundo”, sublinha.
Por outro lado, destaca que só na Europa há 88 milhões de toneladas de alimentos que são desaproveitados todos os anos, “com um custo estimado de 143 milhões de euros”.
O MUNDO EM TRÊS DIMENSÕES
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“Em Portugal, embora não existam dados oficiais, estima-se que 1 milhão de toneladas de alimentos são deitados para o lixo, que dariam para alimentar as 360 mil pessoas com carências alimentares no nosso país”, aponta.
O objetivo deste movimento, fundado por várias entidades congregadas na Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares, é “facilitar o aproveitamento de excedentes, tornando habitual a luta contra o desperdício alimentar, incentivar a doação de sobras, bem como promover um consumo responsável”, lê-se no comunicado.
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O movimento junta empresas, instituições, setor público e privado e “várias gerações em torno do objetivo único de lutar contra o desperdício alimentar”, já que se trata de uma realidade com dimensão mundial que todos os anos afeta um terço da produção alimentar de todo o mundo, segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO).
Como membros fundadores estão a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), a Associação Portuguesa de Logística (APLOG), a Câmara Municipal de Lisboa no âmbito da Lisboa Capital Verde Europeia 2020 (CML), a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), a Confederação Empresarial de Portugal (CIP), a Comissão Nacional de Combate ao Desperdício Alimentar (CNCDA), a Dariacordar/Zero Desperdício, a Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares (FPBA) e a Refood.