01 out, 2020 - 20:21 • Lusa
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O Presidente dos Estados Unidos, o republicano Donald Trump, terá sido a pessoa que mais contribuiu para a propagação da desinformação sobre a pandemia de Covid-19, segundo um estudo divulgado esta quinta-feira pela Universidade Cornell.
A Alliance for Science (“Aliança para a Ciência”), integrada naquela instituição académica norte-americana, analisou cerca de 38 milhões de artigos, publicados em inglês, em órgãos de comunicação social tradicionais, entre 01 de janeiro e 26 de maio de 2020.
A investigação inclui artigos publicados, em particular, nos Estados Unidos, no Reino Unido, na índia, na Irlanda, na Austrália e na Nova Zelândia, assim como em alguns países de África e da Ásia.
Os resultados estão explanados num artigo científico de 13 páginas “Coronavirus misinformation: quantifying sources and themes in the Covid-19 'infodemic'”.
"Os 'tweets' que acompanham o vídeo violam a nossa(...)
O fenómeno foi denominado como 'infodemia', ou seja, uma 'pandemia de desinformação', pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
A Alliance for Science encontrou um total de 522.400 artigos publicados com informações falsas relacionadas com a pandemia da doença provocada pelo novo coronavírus.
“Descobrimos que as menções nos órgãos de comunicação social ao Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, dentro do contexto de desinformação sobre a Covid-19 constituem, de longe, a maior parte da 'infodemia'”, explicita o estudo.
As menções a Trump compõem “37,9% do conjunto” de 'fake news' sobre a Covid-19.
Por essa razão, a Universidade Cornell conclui o Presidente dos EUA “foi, provavelmente, o maior transmissor na 'infodemia' de desinformação” sobre a Covid-19.
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Contudo, o relatório também especifica que apenas 16,4% da desinformação espalhada pela 'web' foi alvo de verificação, “sugerindo que a maioria da desinformação sobre a Covid-19 foi transmitida pelos media sem ser questionada ou corrigida”.
Entre as várias desinformações sobre a pandemia que relacionadas com Trump, a mais difundida foi a sugestão do chefe de Estado norte-americano, em 24 de abril, de uma injeção de desinfetante para combater o novo coronavírus.
A promoção da hidroxicloroquina como medicamento eficaz na prevenção e mitigação do SARS-CoV-2 também foi uma das desinformações de Trump com maior propagação.
Teorias da conspiração e alegadas curas para a Covid-19 são os tópicos mais abundantes no 'mar de desinformação' sobre a pandemia.
A pandemia de Covid-19 já provocou mais de um milhão de mortos e mais de 34 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.