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Azerbaijão acusa Arménia de bombardear segunda maior cidade do país

04 out, 2020 - 09:46 • Redação com Reuters

Governo arménio nega que haja avanços militares e disparos em território azeri, mas decalarações do líder de Nagorno-Karabach contradizem autoridades arménias.

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O Azerbaijão acusou este domingo as forças armadas arménias de bombardearem a segunda maior cidade do país, Ganja, numa nova escalada do conflito no sul do Cáucaso.

A Arménia negou ter disparado contra qualquer cidade do Azerbaijão, mas o líder de Nagorno-Karabakh, um enclave de etnia arménia dentro do Azerbaijão, disse que as tropas que comanda destruíram uma base aérea militar localizada em Ganja.

"As unidades militares permanentes localizadas nas grandes cidades do Azerbaijão a partir de agora tornam-se alvos do exército", disse o líder de Karabakh, Arayik Harutyunyan.

O ministério da defesa azeri disse que as cidades de Terter e Horadiz perto da fronteira com Nagorno-Karabakh estavam sob fogo, enquanto os militares da região separatista disseram que sua capital, Stepanakert, também estava a ser bombardeada.

O conflito começou há uma semana e atingiu seu pior nível desde a década de 1990, quando cerca de 30 mil pessoas foram mortas.

O conflito corre o risco de arrastar outras potências regionais, como a Rússia e a Turquia, e interromper o fornecimento de energia através do Sul do Cáucaso, onde oleodutos transportam petróleo e gás azeri para os mercados mundiais.

Na sexta-feira, o Azerbaijão exigia que a Arménia se retirasse do território separatista de Nagorno-Karabakh para impedir “a escalada” do conflito.

“Se a Arménia quiser acabar com a escalada da situação, a bola está no seu campo. A Arménia deve pôr fim à ocupação. Já basta”, afirmou nesta sexta-feira o assessor da presidência do Azerbaijão para os assuntos externos, Hikmet Hajiyev, em videoconferência com a imprensa.

Nesse mesmo dia, a Arménia disse que está pronta para trabalhar com o grupo de mediação constituído pela Rússia, os Estados Unidos e a França para adotar um cessar-fogo em Nagorno-Karabakh, onde o Azerbaijão enfrenta separatistas apoiados por Erevan.

“Estamos prontos para nos juntarmos aos países que presidem o Grupo de Minsk da OSCE [Organização para a Segurança e Cooperação na Europa] a fim de restabelecer um cessar-fogo baseado nos acordos de 1994-1995”, anunciou a diplomacia arménia, em comunicado.

O conflito já fez pelo menos 190 mortos em menos de uma semana.

No centro das deterioradas relações entre Erevan e Baku encontra-se a região do Nagorno-Karabakh, no Cáucaso do Sul, onde há interesses divergentes de diversas potências, em particular da Turquia, da Rússia, do Irão e de países ocidentais.

Este território, de maioria arménia, integrado em 1921 no Azerbaijão pelas autoridades soviéticas, proclamou unilateralmente a independência em 1991, com o apoio da Arménia.

Na sequência da uma guerra que provocou 30.000 mortos e centenas de milhares de refugiados, foi assinado um cessar-fogo em 1994 e aceite a mediação do Grupo de Minsk, constituído no seio da OSCE, mas as escaramuças armadas permaneceram frequentes.

Em julho deste ano, os dois países envolveram-se em confrontos a uma escala mais reduzida que provocaram cerca de 20 mortos. Os combates recentes mais significativos remontam abril de 2016, com um balanço de 110 mortos.

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