18 out, 2020 - 00:57 • Lusa
Arménia e Azerbaijão anunciaram uma "trégua humanitária", a partir das 00h00 horas de domingo, no conflito sobre Nagorno-Karabakh, de acordo com informação avançada pelos Ministérios das Negócios Estrangeiros dos dois países.
"A República da Arménia e a República do Azerbaijão concordaram com uma trégua humanitária a partir de 18 de outubro à 00h00, horário local", disse o Ministério das Negócios Estrangeiros da Arménia, informação que foi confirmada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros do Azerbaijão num comunicado idêntico.
Nagorno-Karabakh pertence ao Azerbaijão, mas está sob o controlo de forças étnicas apoiadas pela Arménia, alimentando um conflito que dura há várias décadas e que entrou em escalada no passado dia 27 de setembro.
Nas últimas semanas o conflito já causou a morte a mais de 700 pessoas, segundo relatos, e a Turquia, principal aliado de Baku, é acusada de interferir naquele conflito.
Na madrugada de sábado , pelo menos 12 pessoas morreram e mais de 40 ficaram feridas após um ataque com mísseis a uma zona residencial em Ganja, a segunda maior cidade do Azerbaijão, informaram as autoridades.
"O lançamento destes mísseis contra localidades densamente povoadas mostra a mentalidade imoral e esquizofrénica da liderança político-militar da Arménia", escreveu Hikmat Hajiyev, conselheiro do Presidente do Azerbaijão, na rede social Twitter, precisando que os mísseis eram do tipo 'Scud'.
Hajiyev frisou que a cidade de Ganja está longe da zona de conflito, pelo que o ataque, que qualificou como "crime de guerra", não respondeu a qualquer necessidade militar.
Ganja já tinha sido atingida no passado domingo por um míssil, que matou 10 pessoas e fez mais de 30 feridos.
A cidade tem mais de 300 mil habitantes e situa-se a cerca de 300 quilómetros a oeste de Baku, a capital do Azerbaijão.
O novo surto de violência mina os esforços internacionais para acalmar as hostilidades entre os arménios cristãos e os azeris muçulmanos, envolvendo potências regionais como a Rússia e a Turquia.
Na sexta-feira, o secretário da Defesa dos EUA, Mark Esper, e a ministra da Defesa francesa, Florence Parly, reforçaram a necessidade de um cessar-fogo imediato na região de Nagorno-Karabakh, onde decorrem combates entre soldados do Azerbaijão e separatistas arménios.
Mark Esper e Florence Parly concordaram, durante uma conversa telefónica, que "os líderes da Arménia e do Azerbaijão devem honrar as suas promessas de um cessar-fogo imediato na região de Nagorno-Karabakh e uma solução pacífica", divulgou o Pentágono, em comunicado.
Os Estados Unidos e a França são mediadores junto dos países envolvidos no conflito desde 1994, a par da Rússia, naquele que é denominado o grupo de Minsk.