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Investigação New York Times

Declarações fiscais mostram que Trump tem conta em banco chinês

21 out, 2020 - 12:21 • Sofia Freitas Moreira com agências

A investigação do New York Times revela que Trump mantém uma conta bancária na China, onde pagou mais de 158 mil euros em impostos entre 2013 a 2015.

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O Presidente dos Estados Unidos passou uma década a tentar investir na China, onde geriu um escritório durante a primeira corrida à presidência norte-americana, criando uma parceria com uma empresa controlada pelo Governo chinês, avança uma investigação do New York Times, na terça-feira.

A investigação revela ainda que Donald Trump mantém uma conta bancária na China, onde pagou mais de 188 mil dólares (158 mil euros) em impostos no país enquanto procurava assegurar acordos de licenciamento de 2013 a 2015. A conta é controlada pela Trump International Hotels Management L.L.C.

As declarações fiscais do Presidente, às quais o New York Times teve acesso, mostram que o então candidato tentou através de um escritório garantir a viabilidade de projetos empresariais na China, um dos três países onde detém uma conta bancária.

As contas estrangeiras não constam das divulgações financeiras públicas de Trump, onde devia listar o património, uma vez que é detido por empresas.

Durante anos, Donald Trump tentou fazer negócios na China, e investiu pelo menos 161 mil euros em cinco empresas criadas para gerir os seus projetos no país. As empresas deduziram 82 mil euros em despesas corporativas, com movimentações que remontam até 2018.

Durante a campanha para as eleições presidenciais, Trump e os seus aliados tentaram caracterizar o candidato democrata, Joe Biden, como sendo fraco com a China

Os republicanos justificam esta postura com os negócios do filho de Biden no país asiático, uma das 'bandeiras' do atual Presidente no combate político que mantém com o ex-vice-Presidente norte-americano.

"Os republicanos do Senado produziram um relatório, no qual se afirma, entre outras coisas, que o filho de Biden abriu uma conta bancária' com um empresário chinês, onde se cruzaria parte do que afirmavam ser as inúmeras conexões com 'cidadãos estrangeiros e governos estrangeiros em todo o mundo'", referiu Trump.

Em setembro, o New York Times avançou que, nos últimos 15 anos, Trump não pagou impostos sobre rendimentos em dez.

O jornal teve acesso a mais de 20 anos de declarações de IRS do Presidente norte-americano e utiliza a palavra “alquimia” para descrever a forma como Trump escapa ao pagamento de impostos federais.

Em 2016, quando foi eleito Presidente dos Estados Unidos, pagou apenas 750 dólares em impostos, o equivalente a 645 euros. No ano seguinte, a fatura de IRS foi idêntica.

Não se sabe quanto dinheiro pode ter passado pelas contas no exterior de Trump, mas o Internal Revenue Service, agência que se ocupa de receita do Governo Federal dos Estados Unidos e integra o Departamento do Tesouro, exije informação sobre a receita proveniente de outros países.

O New York Times sublinha que "as contas britânicas e irlandesas são mantidas por empresas que operam os campos de golfe" de Trump na Escócia e na Irlanda, que regularmente dão conta de milhões de dólares em receitas desses países, mas que a Trump International Hotels Management apenas registou alguns milhares de dólares provenientes da China.

Ao jornal, o advogado da Trump Organization, Alan Garten, explicou que a empresa "abriu uma conta num banco chinês com escritórios nos Estados Unidos para pagar os impostos locais" associados aos esforços para fazer negócios na China. E acrescentou que a empresa abriu a conta depois de estabelecer um escritório na China "para explorar o potencial de negócios em hotéis na Ásia".

"Nenhum negócio, transação ou outra atividade comercial se materializou e, desde 2015, o escritório permaneceu inativo", disse Garten. "Embora a conta bancária permaneça aberta, nunca foi usada para qualquer outro propósito".

Garten não identificou o banco na China onde a conta está aberta. Até ao ano passado, o maior banco estatal da China arrendava três andares na Trump Tower, o que gerou acusações de conflito de interesses que visaram o atual Presidente, lembrou o diário norte-americano.

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