25 out, 2020 - 22:36 • Lusa
A Arménia e o Azerbaijão acordaram novo “cessar-fogo humanitário” a partir de segunda-feira, na região de Nagorno-Karabakh, anunciou este domingo o Governo dos Estados Unidos da América (EUA), em conjunto com os dois países.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros da Arménia, Zohrab Mnatsakanyan, e do Azerbaijão, Jeyhun Bayramov, reuniram-se no sábado com o vice-secretário de Estado norte-americano, Stephen Biegun, no qual “reafirmaram os compromissos dos seus países em implementar e cumprir o cessar-fogo humanitário acordado em Moscovo, em 10 de outubro”, segundo o comunicado do Departamento de Estado dos EUA.
“O cessar-fogo humanitário entra em vigor às 08h00 horas locais (04h00 em Portugal continental) de 26 de outubro de 2020”, acrescenta a nota.
Os EUA “facilitaram as intensas negociações entre os ministros dos Negócios Estrangeiros e os copresidentes do Grupo de Minsk para aproximar a Arménia e o Azerbaijão de uma resolução pacífica do conflito de Nagorno-Karabakh”, conclui o texto.
Com a Rússia e a França, os Estados Unidos fazem parte do trio de coordenação do Grupo de Minsk, da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), envolvido na resolução do conflito de Nagorno-Karabakh.
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O conflito no enclave remonta aos tempos da União Soviética, quando no final da década de 1980 o território azerbaijano de Nagorno-Karabakh, povoado principalmente por arménios, solicitou a sua incorporação na vizinha Arménia, deflagrando uma guerra que causou cerca de 25.000 mortes.
No final do conflito, que durou até 1994, as forças arménias assumiram o controlo de Nagorno-Karabakh e ocuparam vastos territórios do Azerbaijão, a que chamam “faixa de segurança”.
O Azerbaijão afirma que a solução para o conflito com a Arménia passa necessariamente pela libertação dos territórios ocupados, uma exigência que tem sido apoiada por várias resoluções do Conselho de Segurança da ONU.
Por seu lado, a Arménia apoia o direito à autodeterminação de Nagorno-Karabakh e defende a participação de representantes do território separatista nas negociações para a resolução do conflito.
De acordo com relatos de organizações internacionais, a recente escalada do conflito em Nagorno-Karabakh já causou mais de 800 mortes, incluindo uma centena de civis.