28 out, 2020 - 06:59 • Lusa
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O Presidente francês, Emmanuel Macron, vai dirigir-se ao país para apresentar um novo plano para a luta contra a pandemia de Covid-19, que poderá incluir mais um confinamento nacional, mas menos estrito do que na primavera.
As novas medidas restritivas, que se anunciam “impopulares”, serão decididas de manhã numa reunião com o Conselho Defesa e Segurança Nacional francês, dedicado à pandemia do novo coronavírus.
Terça-feira, o primeiro-ministro francês, Jean Castex, considerou “indispensável” a aplicação de “novas medidas” para combater a Covid-19, que deverá apresentar quinta-feira no Parlamento.
Os cenários evocados para o endurecimento das medidas variam entre um fortalecimento do recolher obrigatório atualmente em vigor para dois terços dos franceses das 21h00 às 6h00 locais até a uma contenção total, que seria, porém, menos rigorosa do que a experimentada no país ao longo de dois meses na primavera.
“Devemos esperar decisões difíceis”, alertou também terça-feira o ministro do Interior francês, Gerald Darmanin, referindo-se às novas medidas definidas em Itália, Espanha e República Checa.
Nesse caso, pôr-se-á também a questão da reabertura das escolas, a 2 de novembro, após o feriado do Dia de Todos os Santos.
Por seu lado, o infecciologista francês Gilles Pialoux, numa entrevista ao canal de televisão BFM-TV, avisou que a circulação do vírus em França “está descontrolada” e apelou à redefinição das medidas de contenção.
O número de casos confirmados em França atingiu 26.771 em 24 horas, de acordo com dados da Agência de Saúde Pública (ASP) francesa.
No dia anterior, a França havia quebrado um novo recorde com mais de 50.000 casos confirmados num dia.
O número de pacientes em unidades de cuidados intensivos também continua a subir, aumentando a pressão sobre os hospitais, tendo atingido 2.761 para um total de 5.800 camas disponíveis em todo o país.
A França está já num regime de semi-confinamento, com o recolher obrigatório noturno que afeta 46 milhões de franceses.
As organizações patronais já alertaram para o risco de colapso económico.