30 out, 2020 - 23:19 • Lusa
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Barcelona foi palco, esta sexta-feira à noite, de confrontos entre a polícia catalã e grupos de pessoas que, após uma manifestação negacionista da Covid-19, desencadearam atos de vandalismo no centro da cidade.
Segundo noticia a agência noticiosa espanhola EFE, a polícia efetuou duas detenções, depois de vários grupos de manifestantes terem queimado mobiliário urbano e enfrentado os Mossos d’Esquadra, responsável pela segurança pública e prestação do serviço de polícia na Comunidade Autónoma da Catalunha.
Os confrontos decorreram na Praça de Sant Jaume e nas proximidades, depois de uma manifestação convocada pelas redes sociais para protestar contra as medidas restritivas impostas para travar a propagação do novo coronavírus.
As forças de segurança pediram, também através das redes sociais, para que a população de Barcelona evite os locais dos confrontos.
Cerca de 500 pessoas, segundo os Mossos d’Esquadra, concentraram-se na praça para contestar o recolher obrigatório e as medidas aprovadas tanto pelo Governo como pela Generalitat da Catalunha, que incluem também o confinamento no perímetro do território durante 15 dias e nos municípios ao fim de semana.
No final da manifestação, vários grupos de pessoas, muitas delas encapuzadas, começaram a lançar foguetes luminosos e outros meios pirotécnicos, bem como barreiras de proteção e objetos contundentes contra a polícia, que começou a dispersá-los à bastonada.
Segundo fontes policiais, a dado passo, os confrontos agravaram-se e uma pessoa ficou ferida depois de ter sido atingida com uma pedra na cabeça.
Os manifestantes acabaram por dispersar-se pelas ruas nas proximidades e começaram a incendiar mobiliário urbano e continuaram a arremessar objetos contra a polícia.
Na Praça Urquinaona, a queima de contentores provocou a queda das luzes natalícias que começaram a ser instaladas nos últimos dias.
Os Mossos d’Esquadra detiveram duas pessoas, presumivelmente relacionadas com os acontecimentos violentos, que se negaram a ser identificadas.
Antes do início dos confrontos, os manifestantes protestaram pacificamente, com alguns participantes a empunharem cartazes em que se pedia a demissão do Governo e da Generalitat.
Os manifestantes também empunharam cartazes para negar a crise do novo coronavírus, em que se podia ler, entre outros, “Espanha – 2009 – 150.000 mortos pela gripe. 2020 – 35.000 pela Covid-19. Chega de mentiras”.
A Espanha registou esta sexta-feira 25.595 novos casos de Covid-19, um novo máximo desde o início da pandemia, elevando para 1.185.678 o total de infetados no país, segundo números divulgados pelo Ministério da Saúde espanhol.
As autoridades sanitárias também contabilizaram mais 239 mortes atribuídas à Covid-19, passando o total de óbitos para 35.878.
O parlamento espanhol aprovou na quinta-feira a prorrogação do estado de emergência para lutar contra a pandemia de Covid-19 durante seis meses, até 09 de maio de 2021.
A medida, que já está em vigor desde o último domingo, estabelece o recolher obrigatório, menos nas Canárias, das 23h00 às 06h00, podendo cada uma das comunidades autónomas adiantar ou atrasar a hora de início em uma hora.
O estado de exceção também outorga a cada uma das regiões espanholas os instrumentos jurídicos necessários para decidir medidas como o confinamento obrigatório, sem necessitar da autorização da justiça.
O Ministro da Saúde espanhol, Salvador Illa, é da opinião de que, com as medidas tomadas pelas comunidades autónomas para “estabilizar, reduzir e manter baixa" a curva de infeções de Covid-19, não será necessário estabelecer um confinamento em casa, como foi o caso durante a primavera.
A pandemia de Covid-19 já provocou mais de 1,1 milhões de mortos e mais de 45,1 milhões de casos de infeção em todo o mundo, incluindo 2.468 em Portugal, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.