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Coronavírus

OMS aceita protestos, mas lembra que situação "é muito complicada"

02 nov, 2020 - 19:12 • Lusa

Os protestos contra novas medidas restritivas para conter a pandemia têm subido de tom na Europa, onde as infeções de Covid-19 têm aumentando exponencialmente, inclusive em Portugal.

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) aceita que as pessoas estejam cansadas da pandemia da Covid-19 e protestem contra novas restrições, mas recorda que "a situação é muito complicada" e que as "opões" dos governos "são muito limitadas".

A posição foi expressa esta segunda-feira pelo diretor-executivo do Programa de Emergências Sanitárias da OMS, Michael Ryan, na habitual videoconferência de imprensa da organização, transmitida da sede, em Genebra, na Suíça.

Os protestos contra novas medidas restritivas para conter a pandemia têm subido de tom na Europa, onde as infeções de Covid-19 têm aumentando exponencialmente, inclusive em Portugal.

"Podemos reclamar", afirmou Michael Ryan, apelando, no entanto, para que os protestos decorram "sem violência" e "respeitem a lei", cumprindo as normas de segurança sanitária.

O líder da equipa responsável na OMS pelo combate à Covid-19 reconheceu que as pessoas "estão cansadas" dos efeitos da pandemia, que tem obrigado a limitações à liberdade, mas lembrou que "a situação é muito complicada" e que "as opções" dos governos, que "têm de proteger" as suas populações, "são muito limitadas".

Michael Ryan frisou, contudo, que "é importante que os governos se dirijam a todos os níveis da sociedade", que tenham "diálogo" com as suas comunidades para que as medidas sejam consensuais.

Assinalando que a pandemia "continua a crescer" na Europa e na América do Norte, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em quarentena em casa, disse que se trata de um "momento crítico para que os líderes atuem".

"Não é demasiado tarde, todos podemos desempenhar um papel importante para acabar com a transmissão [do vírus]", sublinhou, exortando a sociedade em geral a cooperar.

Tedros Adhanom Ghebreyesus, que não foi testado à Covid-19 por não apresentar sintomas, está em quarentena em casa, onde trabalha, uma vez que contactou com uma pessoa infetada (não se sabe se é do seu círculo pessoal ou profissional).

"Encontro-me bem, não tenho sintomas", afirmou. De acordo com o protocolo da OMS, o diretor-geral fará um teste de despistagem à Covid-19 apenas quando manifestar sintomas.

A pandemia da Covid-19 já provocou mais de 1,2 milhões de mortos e mais de 46,5 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência noticiosa francesa AFP.

Em Portugal, morreram 2.590 pessoas dos 146.847 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A Covid-19 é uma doença respiratória causada por um novo coronavírus (tipo de vírus) detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China, e que se disseminou rapidamente pelo mundo.

A doença foi confirmada em Portugal em 2 de março.

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