05 nov, 2020 - 17:34 • Reuters
Um grupo público no Facebook que promove falsas alegações sobre fraude eleitoral nos EUA e que aponta que os democratas estão a tentam "roubar" as presidenciais a Donald Trump cresceu rapidamente para mais de 325 mil membros esta quinta-feira, um dia depois de ter sido criado, no rescaldo da ida às urnas.
Depois de se ter tornado notícia, o Facebook interveio, encerrando o grupo.
Com o aumento das tensões no país, cerca de 200 partidários do Presidente republicano, Donald Trump, alguns armados com espingardas e revólveres, reuniram-se em frente a um escritório eleitoral em Phoenix, Arizona, na quarta-feira, após rumores infundados de que os votos não estavam a ser contados.
Em Detroit, as autoridades bloquearam cerca de 30 pessoas, a maioria republicanos, de entrar numa instalação de contagem de votos. Este grupo alegava de forma infundada que a contagem de votos no Michigan foi fraudulenta.
É normal nas eleições nos Estados Unidos que os estados contem votos durante vários dias, ou às vezes até semanas, após o fim da votação, especialmente votos especiais como os que são enviados por correspondência, votos antecipados e votos provisórios. Os especialistas em Direito Eleitoral dizem que a fraude é muito rara em votações nos EUA.
As alegações infundadas e posteriormente desmascaradas sobre a integridade da eleição de terça-feira espalharam-se pelas redes sociais tanto pela mão do próprio Trump, quanto por contas republicanas de alto perfil, com a hashtag #StopTheSteal (#parem o roubo) a ganhar força.
Estes grupos do Facebook são anunciados como fóruns da comunidade para partilhar interesses comuns, mas as organizações não-governamentais e investigadores das redes sociais alertam que podem ser focos de desinformação.
Na descrição do grupo lê-se: "Os democratas estão a engendrar formas de retirar direitos e anular os votos republicanos. Cabe ao povo americano lutar e acabar com isso."
O movimento está já a direcionar novos membros para uma página de inscrição de e-mail "para o caso de as redes sociais censurarem este grupo".
Entre os administradores e moderadores do grupo estão a veterana ativista do Tea Party Amy Kremer e sua filha Kylie, bem como Jennifer Lawrence e Dustin Stockton, dois membros do grupo "We Build the Wall" (Nós construímos o muro), que foram alvo de inspeções e buscas por agentes federais em agosto por suspeitas de fraude.
Vários eventos do Facebook, anunciados como protestos, estabeleceram planos para os elementos destes grupos se reunirem em vários estados do país, numa altura em que continua incerto quem será o próximo Presidente dos EUA.
[Notícia atualizada às 19h41 com a informação de que o grupo foi entretanto suspenso pelo Facebook]
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